“Eu estava para abrir uma casa grande em Lourdes com meu sócio. Depois, vimos que abrir casas menores e mais simples em outros bairros seria mais interessante em termos de investimento e capitalização”, conta San. Com passagem por restaurantes japoneses no Rio de Janeiro e experiência de cinco anos em cozinhas de Portugal, ele veio para BH meio por acidente. Decidido a voltar para a Europa, não embarcou por overbooking e, justo na ocasião, recebeu a ligação de um dos sócios do Sakê.
De lá para cá, tornaram-se relativamente comuns sushis finalizados com maçarico, flambados e associados a ingredientes como azeite de trufa e alho-negro. Ainda que o cardápio do Hannah não liste nenhum prato do tipo, é nessa fusão entre oriente e ocidente que o chef aposta para o serviço que batizou de rodízio gourmet: por R$ 70, cada pessoa come sequência de dezenas de preparações frias e quentes em pequenas porções, criadas na hora por San e a equipe, repetindo o que quiser (à exceção dos sashimis).
A inspiração veio do restaurante paulistano Kappa & Kanashiro, que oferece serviço parecido. “O cliente não escolhe o que vai comer, só informa suas restrições alimentares. Assim, consigo trabalhar com o que gosto, que é essa linha moderna, surpreendendo as pessoas”, define o chef. Como os pratos são criados em função do que há de melhor no dia, a sequência sempre muda. Entre três e quatro vezes por semana, a casa recebe peixes e frutos do mar, trabalhando ocasionalmente com hadoque e enguia.
GYOZA A parcela mais tradicionalista do público, entretanto, não precisa se preocupar, pois há opções de combinados a partir de R$ 36 (12 peças). No cardápio fixo, há também gyoza (de lombo, feito na casa; R$ 16, porção), cogumelos shimeji na manteiga (R$ 25), tempura de camarão (R$ 78) e pratos como o yakisoba de legumes e filé (R$ 32), além de sobremesas (são três tipos de petit gâteau: limão, goiaba e chocolate; R$ 17, cada). Para beber, cerveja (a partir de R$ 7), saquê (a partir de R$ 14, dose) e drinques (a partir de R$ 11).
Hannah
Avenida Portugal, 2.390, Santa Amélia, (31) 3327-9148. Aberto de terça a quinta, das 18h30 à 0h; sexta e sábado, das 18h30 à 1h; domingo, das 18h30 à 0h.
O carioca Marcelo San talvez seja o chef que iniciou a difusão de uma cozinha japonesa de apelo fusion em Belo Horizonte, em 2006, extrapolando o universo dos sushis de atum e salmão. Começou no extinto Sakê, consagrou-se no Udon (do qual desligou-se ano passado) e abriu este ano seu primeiro restaurante, o Hannah, no Santa Amélia. Depois de período de cautela para sentir o público local, ele aposta em serviço que mistura menu degustação e rodízio e anuncia sociedade no Shitake, em Lourdes, que passará por nova transformação, apesar de ter sido reformulado recentemente.