O chef francês Erick Jacquin bolou o cardápio do Olga Nur

A nova casa no Lourdes ocupa imóvel do finado Dádiva

por Eduardo Tristão Girão 03/07/2014 08:30
Leandro Couri/EM/D.A Press
Erick Jacquin fiscaliza a qualidade da cozinha de tempos em tempos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Para os que chegaram agora, Erick Jacquin é o jurado linha-dura do reality show de gastronomia MasterChef, da Rede Bandeirantes. Entretanto, a história do chef francês começa bem antes. Chegou ao Brasil em 1995 e atuou em casas paulistanas (como o extinto Le Coq Hardy), tendo ajudado a difundir no país a cozinha clássica francesa – dois itens viraram marcas registradas suas: o foie gras e o petit gâteau. Hoje, vive como consultor de restaurantes em São Paulo, Natal, Manaus e BH, onde inaugurou recentemente o Olga Nur.

A nova casa ocupa o imóvel do finado Dádiva, num dos pontos mais nobres de Lourdes, bairro mais caro e sofisticado da cidade. Missão nada fácil, que a proprietária Mônica Drumond deixou a cargo do sobrinho, Matheus Mourthé (dono dos bares Seu Cadim e Tizé, em frente), um apreciador do trabalho de Jacquin. Foi a São Paulo conhecê-lo e o cardápio surgiu dois meses depois, período durante o qual modernizou a cozinha e modificou o salão, deixando-o com clima mais informal. As mesas não têm toalha, algumas delas na calçada.

“Vamos mudar mais vezes em vez de fazer um cardápio muito grande. Acabaríamos perdendo mercadoria e usando ingredientes não tão bons. A qualidade do produto vem antes do chef. Foie gras, por exemplo, é um produto caro e aproveitamos tudo. As pontas dele eu uso em outras receitas”, diz o francês. Aliás, sobre a recente proibição da produção e venda de foie gras na capital paulista, ele alfineta: “O mais triste é que o prefeito, que come foie gras, está mais preocupado com isso do que com prioridades. É uma decisão de marketing”.

 O polêmico produto é empregado numa terrine acompanhada por figos temperados com páprica e manga esferificada (R$ 64) e suas aparas usadas como guarnição do ovo perfeito (cozido em baixa temperatura; gema e clara ficam com a mesma textura, cremosa) com creme de lentilha e linguiça defumada (R$ 35) e como creme no minihambúrguer (R$ 55; sete unidades). Jacquin visitará mensalmente a casa para checar o padrão de qualidade da cozinha, comandada pelo chef Rodrigo Viana, que trabalhou no Vecchio Sogno e em restaurantes de Brasília.

Entradas e petiscos formam a maior parte do cardápio, incluindo pedidas como pastel de steak tartar (R$ 42, oito unidades) e as vieiras grelhadas com palmito pupunha assado e molho de vinho chardonnay (R$ 68). Pratos principais (todos individuais) somam 10 opções, a exemplo do entrecôte ao molho béarnaise com batatas assadas (R$ 76), o steak tartar com salada e batatas fritas (R$ 58) e o peito de pato com maçã caramelizada e molho de mel com pimenta preta (R$ 79).

BOLINHO Apesar de muito batido, o petit gâteau é o destaque entre as sobremesas e por um único motivo: provavelmente foi Jacquin o primeiro a prepará-lo no Brasil, nos anos 1990, antes que se alastrasse pelo país. A receita, garante, é feita tal e qual no Au Comte de Gascogne, restaurante parisiense em que trabalhava antes de vir para o país: um bolo de chocolate levado ao forno por menos tempo que o necessário, ficando assado por fora e cru por dentro. Servido com sorvete de baunilha, sai por R$ 25.

Os drinques da casa (entre R$ 18 e R$ 28, cada), estão a cargo do requisitado mixologista Filipe Brasil, que não apenas montou carta com 21 pedidas, mas dá expediente na casa diariamente. Além de preparar negronis e cosmopolitans, serve criações como a que leva gim, água de rosas, limão siciliano e água de coco. A carta de vinhos conta com 206 rótulos (maioria entre R$ 80 e R$ 120, garrafa) e as cervejas começam em R$ 9.

Olga Nur
Rua Curitiba, 2.202, Lourdes. (31) 3566-1851. Aberto de terça a quinta-feira, das 18h à 0h; sexta, das 18h à 1h; sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h às 22h30.

MAIS SOBRE GASTRONOMIA