Novo Casa Cheia mantém cardápio da casa do Mercado Central mas tem outros ares

Ilmar Antônio de Jesus comanda o novo espaço, agora também na Savassi

por Eduardo Tristão Girão 21/02/2014 06:00
Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press
(foto: Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press )
Embora as variáveis do comércio nunca possam ser desprezadas, um certo clima de “já ganhou” ronda a surpreendente inauguração da segunda unidade do Casa Cheia, este mês. Tradicional no Mercado Central, onde foi aberto em 1978, o bar agora conta com filial em área predominantemente residencial da Savassi. O ambiente é mais “zona sul” e menos “centrão”, mas os tradicionalistas não precisam se preocupar tanto, pois o cardápio é praticamente idêntico ao da matriz (inclusive os preços), executado pelas duas mais antigas cozinheiras da casa.


O bar ocupa imóvel onde funcionou a pizzaria Antoine, na Rua Cláudio Manoel. O coração da extinta casa, o forno a lenha, foi demolido para dar lugar ao equipamento que tanto representa a matriz: a chapa onde são preparadas as carnes e o emblemático petisco do mercado, o fígado com jiló. A reforma do imóvel manteve-a à vista, na tentativa de evocar o clima original. Houve preocupação com o sistema de exaustão para evitar a “defumação” da freguesia, problema que está sendo corrigido na outra unidade.

“O pessoal tem que sentir um cheirinho e ver a gente fazendo a comida. Vamos trazer um pouco do mercado e mudar a Savassi, que já tem muito self service. Depois do carnaval, vamos abrir para almoço durante a semana e também teremos self, mas apostamos mesmo nos nossos pratos, alguns deles vencedores do Comida di Buteco”, diz o proprietário Ilmar Antônio de Jesus. Ele tem duas irmãs como sócias no mercado e comanda a nova unidade com o filho Rafael Fabri e o amigo Vinicius Pereira.

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FOTOS: PAULA HUVEN/ESP. EM/D. A PRESS
O mexidoido chapado também será servido (foto: FOTOS: PAULA HUVEN/ESP. EM/D. A PRESS)
Ilmar garante que continua sendo ele o responsável pela preparação dos vários temperos usados na cozinha da casa. “Apenas eu e uma funcionária sabemos as composições de cada um deles. Já entregamos tudo pronto para ser usado na cozinha. Há praticamente um tempero diferente para cada prato da casa”, revela ele. Além de alho, seus condimentos preferidos são as ervas, que emprega frescas e secas em misturas diversas.

Chapa A julgar pelas estatísticas da unidade do mercado, o prato mais vendido da casa é o mexidoido chapado (R$ 23,90, individual), mexido feito na chapa com arroz, iscas de alcatra, lombo, linguiça caseira, legumes ao azeite, ovo frito de codorna e ervas. O porconóbis de Sabugosa (costelinha, linguiça calabresa, milho verde e ora-pro-nóbis com especiarias, servido arroz, feijão, fritas e tomate) e as almôndegas exóticas (de carne de sol, recheadas com queijo, ao creme de abóbora com manjericão, servidas com arroz com brócolis ao alho e fritas), ambos vendidos pelo mesmo preço, são outros destaques do cardápio.

Há versões de tamanhos variados dos petiscos que representaram a casa no Comida di Buteco, alguns deles deles para uma, duas ou quatro pessoas, além das carnes na chapa com acompanhamento à escolha (mandioca, batata frita ou jiló) por preços fixos (R$ 29,90, para duas pessoas, e R$ 39,90, para quatro pessoas). O PF custa entre R$ 15,90 e R$ 17,90, dependendo da carne escolhida, incluindo arroz, feijão, macarrão, batatas fritas, salada e vinagrete. A cerveja (garrafa de 600ml) custa R$ 8,90.

Casa Cheia
Rua Cláudio Manoel, 784,
Savassi. (31) 3234-6921. Aberto
de segunda a sexta, das 17h às 23h30; sábado, das 11h às 23h30; domingo, das 11h às 16h.

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