Eric Marty assume a cozinha do restaurante O Dádiva e inova no cardápio

Chef diz que tem liberdade para usar sua técnica francesa com ingredientes locais

por Eduardo Tristão Girão 27/12/2013 06:00
Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D.A Press
(foto: Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D.A Press )
Com o andorrano Eric Marty como novo chef, o restaurante O Dádiva, em Lourdes, tenta recuperar prestígio após fase complicada, iniciada com a saída de Felipe Rameh (atual Trindade), em julho do ano passado. O cardápio está em fase de mudança, mas já com 50% de renovação das receitas, incluindo petiscos que, pelo clima aristocrático do salão, surpreendem. Reforma expressiva está em curso na cozinha (estrutura e equipamentos), o que não impediu o funcionamento normal da casa.

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Nos bastidores, chefs e empresários do ramo no bairro chegaram a comentar que o restaurante, inaugurado em 2006, havia sido posto à venda nos últimos meses. Foi Felipe quem elevou a casa ao patamar mais alto de sua história, motivo pelo qual sua saída trouxe clima de incerteza. Ao menos dois chefs se revezaram no comando da cozinha de lá para cá, Ricardo Crivelli (que foi trazido pelo próprio Rameh e deixou o posto pouco depois) e Caetano Abrantes (que continua por lá).

Há sete anos no Brasil, Eric Marty foi professor do curso de cozinheiro do Senac (Florianópolis) e chef dos restaurantes Cantaloup (São Paulo), A Favorita e Mes Amis e do bar Empório 10landes (todos em BH). Aliás, antes de receber o convite de um dos proprietários de O Dádiva, Alysson Lessa, ele estava prestes a se mudar para Ilha Grande (RJ), onde trabalharia no Reis & Magos, escondido na paradisíaca enseada do Saco do Céu.

Dobradinha Separada das entradas como antes, a seção de petiscos foi reformulada pelo novo chef. Pedidas improváveis foram incluídas, a exemplo da dobradinha (com várias partes do porco, chouriço e páprica; R$ 32) e do joelho de porco (confitado e não frito, servido com batatas; R$ 38). “É atrevido fazer isso aqui, mas não arriscado”, justifica. As referências botequeiras param por aí, deixando espaço para opções como carpaccio de rabada com marinada de cogumelos (R$ 29); e vieiras grelhadas com presunto cru e refogado de lentilhas (R$ 36).

Marty ainda não alterou as massas, risotos e sobremesas, mas o freguês perceberá novidades nos demais pratos principais (todos individuais). São de autoria dele o badejo em crosta de castanha de caju, palmito pupunha recheado com bobó de camarão e molho leve de dendê (R$ 78), o peito de pato recheado com foie gras e servido com risoto de cogumelos (R$ 65) e o ossobuco de vitelo com risoto de açafrão e orapronóbis (R$ 68), entre outros. Até meados do mês que vem, todo cardápio estará renovado.

“Me deram total liberdade para fazer o que sei fazer. Gosto de usar produtos locais, mas com minha técnica, que é francesa. Isso surpreende e dá prazer aos clientes”, afirma Marty. Alguns pratos de fases anteriores do restaurante serão mantidos, como o nhoque com creme de parmesão e trufa negra (R$ 75) e os camarões grelhados com arroz de jasmim e castanha de caju e molho picante de leite de coco (R$ 97). A direção do restaurante ainda não sabe se a casa voltará a abrir para almoço durante a semana.

O Dádiva
Rua Curitiba, 2.202, Lourdes. (31) 3292-9810. Aberto de segunda a quarta, das 19h à 1h; quinta e sexta, das 19h às 2h; sábado, das 12h às 2h; domingo, das 12h à meia-noite. A casa fechará às 18h na terça e não abrirá na quarta.

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