Academia do Café serve café mineiro e de várias nacionalidades

Bruno Souza transformou o laboratório de análise de grãos em espaço aberto ao público

por Eduardo Tristão Girão 26/04/2013 08:00

Túlio Santos/Esp. EM/D.A Press
(foto: Túlio Santos/Esp. EM/D.A Press)
Aberta em 2011 como laboratório de análise de grãos de café e escola para baristas, a Academia do Café recentemente passou a abrir as portas também para aqueles que querem simplesmente entrar para uma xícara (de expresso ou preparado em outros cinco equipamentos diferentes) ou levar um bom café para apreciar em casa. É das notícias mais interessantes da cena do café em BH, visto que o lugar, antes de acesso restrito, promove cursos, estimula troca de informação e reúne variedade significativa de produtos.


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Atrás do balcão está Bruno Souza, mineiro que faz parte da quarta geração de família dedicada à produção de café no estado. Proprietário de importadora de cafés especiais brasileiros, que opera nos Estados Unidos desde 2002, ele veio morar em Belo Horizonte em 2010, quando alugou o imóvel escolhido para a abrigar a Academia do Café. Por enquanto, são apenas 24 lugares, mas a reestruturação do local deverá ampliar essa capacidade.

 


Ao subir a escada, o freguês encontra pequena recepção, máquinas de café funcionando sem parar, quadro negro com sugestões de alguns dos cafés disponíveis, prateleiras com grãos de várias origens e algumas pequenas mesas. Nas laterais, há salas de aula e de prova da bebida e gente para lá e para cá, comprando, vendendo, torrando, moendo, fazendo e, claro, bebendo café. Os cursos, que podem ser de barista ou Q grader (provador internacional de café), custam entre R$ 600 e R$ 4,3 mil.


Bruno atua como Q grader e já viajou para atuar como provador por várias regiões brasileiras, além de Colômbia, Etiópia e Uganda. A propósito, a casa é certificada pela Special Coffee Association of America (SCAA) para atuar na área de formação profissional – a instituição norte-americana é uma das maiores associações comerciais do café no mundo, reunindo vários elos da cadeia produtiva, com integrantes em vários países.


Leilão Atualmente, os cafés mineiros dominam a oferta de grãos nacionais na casa, com os exemplares Espera Feliz (região de Matas de Minas), Chapadão de Ferro (Cerrado), Fazenda Santa Inês (Carmo de Minas), Poço Fundo orgânico (Sul de Minas), Café do Lobbo (Mogiana mineira) e Fazenda Esperança (Cerrado). Este último vem da propriedade de Bruno, em Campos Altos, e recebeu 85 pontos (em 100) na avaliação da SCAA – a mesma instituição conferiu 92 pontos ao Espera Feliz. Alguns desses cafés são comprados em leilões da Emater. Para levar, os pacotes de 250g custam entre R$ 12,40 e R$ 24,60 (cada).


Cada 500ml sai por R$ 9,60, com a bebida preparada por um dos seguintes métodos: coadores cônicos Chemex ou Hario, AeroPress (espécie de seringa que extrai o café pela pressão do ar), french press e o coador com válvula Clever. Os que preferem expresso pagam entre R$ 4,20 e R$ 5,30 pela xícara, podendo optar entre o café do dia (de origem) ou blends criados na casa – atualmente, há três disponíveis, todos elaborados com grãos mineiros de origens diversas.


Em breve, chegarão a casa dois outros cafés especiais brasileiros, o pernambucano da espécie arábica típica e o baiano Piatã. Há também cafés trazidos de outros países produtores, como Peru, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Etiópia, Iêmem, Índia, Indonésia e Uganda (o do Quênia acabou recentemente). Para acompanhar, pão de queijo (R$ 2,30), muffin de banana (R$ 4,80), donuts (creme de baunilha ou chocolate; R$ 5,30) e brownie (R$ 4,80).


Academia do Café
Avenida do Contorno, 4.392, Funcionários. (31) 3223-8565. Aberto de segunda a sexta, das 8h às 18h; sábado, das 8h às 14h.

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