A bela da vez... pitaia

Pouco conhecida no país, a curiosa e exuberante pitaia é um convite para a criatividade gastronômica.

por Patrícia Crespo 27/01/2013 14:08
Beto magalhaes/EM/DA PRESS
Salada de quinoa com confit de pitaia (foto: Beto magalhaes/EM/DA PRESS)


No verão as bancas dos hortifrútis estão mais coloridas e cheirosas. Altas temperaturas e água em abundância são condições ideais para que a natureza faça sua parte no quesito frutas, resultando num saboroso desfile de cores e aromas que alerta os sentidos e a curiosidade. Algumas são nossas velhas conhecidas e as aguardamos com água na boca, como as mangas, os pêssegos e os caquis. Outras são novidades no pedaço e chamam atenção pela aparência exótica e elegante, como as lindíssimas pitaias que aportaram por aqui.

Fruto arredondado da família das cactáceas, apresenta pele aveludada, fina e escamada que lembra a figura dos dragões. Por isso mesmo é conhecida em muitos lugares como dragon fruit (fruta do dragão). As diferentes grafias da palavra, como pitaia, pitaya, ou pitahaya, derivam de vocábulo indígena que denomina fruto de escamas. A polpa é translúcida, brilhante e com minúsculas sementinhas negras. O sabor é suave e a textura macia. A variedade mais disponível no comércio é a que possui tons rosáceos muito intensos tanto na casca como na polpa. Todavia, existem outros tipos que variam de coloração externa e interna, podendo ser rosa ou amarela por fora e branca por dentro. Estudiosos afirmam que existem mais de 40 variedades do fruto.

Rica em vitamina C, fibras, minerais e com baixas calorias, a pitaia é nativa das Américas Central e do Sul. Os cactos da planta são curiosos não somente pelos seus frutos generosos e belos, mas pelas suas grandes e perfumadas flores brancas que desabrocham ao anoitecer, permanecendo abertas até os primeiros raios de sol. Seu cultivo espalhou-se pela Itália e por países asiáticos como, a China, e Indonésia. No Brasil a produção comercial ainda é bem pequena e concentrada no interior de São Paulo, para onde foram levadas mudas da Colômbia e do México, líderes mundiais na produção do fruto. Agricultores paulistas estudam o desenvolvimento de novas variedades como a pitainha, ou saborosa, que é o tipo que apresenta a casca amarela e a polpa branca.

Para consumi-la basta cortá-la ao meio e com auxílio de uma colherzinha retirar pequenas porções da polpa delicada e macia. É como degustar um mamão, mas das pitaias se comem até os caroçinhos crocantes e digestivos que lembram as sementinhas de um kiwi. Dão ótimos resultados no preparo de sucos, sorvetes, saladas, aperitivos, iogurtes, mousses, geleias e molhos. Nas decorações culinárias, uma fatia de pitaia dá um toque todo especial. Com o auxílio de um boleador é possível fazer caprichadas bolinhas de tamanhos variados que podem ser o charme de qualquer prato.

O precinho ainda é salgado mas a fruta é um doce convite para a criatividade gastronômica. O sabor neutro contrasta com a exuberante aparência. Experimente deixar pedaços da fruta macerando em vinagre ou vinho e utilize em sobremesas ou em saladas extremamente saudáveis e saborosas como esta feita com grãos de quinoa, cebolas, rúculas e um confit de pitaias. Alegria para os olhos e prazer ao paladar. Vamos de pitaia?

*Formada em jornalismo pela Puc-Minas e em gastronomia pela Estácio de Sá

Salada de quinoa com confit de pitaia


Ingredientes

400 g de grãos de quinoa cozidos,1 cebola média picada,um maço de rúculas silvestres, azeite, sal e pimenta
a gosto Confit de pitaia Polpa de 2 pitaias picadas em cubinhos, 3 colheres de sopa de vinagre
de maçã, 2 colheres de açúcar refinado.

Modo de preparo

Junte os ingredientes do confit de pitaia e reserve em geladeira de um dia para o outro. Refogue os grãos
da quinua lavados por 5 a 10 minutos. Quando estourarem, coloque água na panela e deixe-os cozinhar.
Os grãos absorverão o líquido e, quando estiverem macios, dê um choque térmico com água fria. Doure as cebolas no azeite, acrescente a quinoa e tempere com sal e pimenta. Deslique o fogo e junte a rúcula. Reserve Com o auxílio de um aro culinário, monte camadas intercaladas do refogado de grãos e do confit de pitaia. Decore com ramos de rúcula silvestre.

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