Novo modelo

Para reduzir gastos dos clientes, Restaurante Mathilde aposta em estratégias diferenciadas

por Eduardo Tristão Girão 06/01/2012 07:00
Pedro David /Esp. EM/D. A Press
O carioca Vladimir Wingler está à frente da cozinha da nova casa, no Santo Agostinho (foto: Pedro David /Esp. EM/D. A Press)
A tal “relação custo-benefício” nunca esteve tão em alta na gastronomia como agora. Não é para menos: tomar vinho em restaurante significa pagar dobrado e os pratos andam pela hora da morte. Fora água, serviço e estacionamento, pelo menos. E, assim, a conta vai às alturas. Os fregueses andam assustados e é por isso que novos modelos de serviço começaram a aparecer. Entre os mais interessantes, sem dúvida, está o do recém-inaugurado Mathilde, restaurante que tem na cozinha o carioca Vladimir Wingler, por aqui conhecido principalmente pelo trabalho que fez à frente do Atlantico.

Funciona assim: para comer à vontade massas e risotos feitos na hora, acompanhamentos (arrozes, batatas, farofa etc.), pães, queijos, frios, petiscos quentes (casquinha de siri, bolinho de bacalhau, polpetas, linguiça de vitelo) e antepastos, cada pessoa paga R$ 45. Se preferir, por R$ 55 come-se tudo isso mais comida japonesa, ceviche, frutos do mar e, alguns dias por semana, ostras. Repetindo o quanto quiser.

Pratos com carne, peixe e crustáceos, guarnições especiais e sobremesas devem ser pedidos à parte. “Hoje está tudo muito caro. A gente senta num boteco e paga R$ 100 para comer mais ou menos”, reclama o chef, que tem como sócias Mathilde Azeredo e Aline Souza. Com capacidade para 100 pessoas, a casa tem algumas mesas ao ar livre e, em breve, inaugurará café bem ao lado.

Já o vinho é vendido sempre com “rolha” de R$ 25 (por garrafa), independentemente de ter sido levado de casa ou comprado no restaurante, que lista em sua carta 80 rótulos da Zahil pelo mesmo preço que o freguês encontra na importadora. Vão de R$ 40 a R$ 306.

Ou seja, se quiser levar para casa um dos vinhos do restaurante, pagará o mesmo preço da loja e se consumi-lo na mesa, o rótulo terá acréscimo de R$ 25. Quer custe R$ 30 ou R$ 300. Na prática, é um estímulo ao consumo de garrafas de valor mais alto sem, no entanto, penalizar excessivamente os que optam por levá-las de casa.

Quente e frio Tudo o que é frio fica disposto em bufê: sushis (montados na hora), ceviche, queijos (brie, gorgonzola, parmesão, burrata), frios (presunto cru, salames, bresaola), carpaccio, rosbife, saladas (feijão branco com bacalhau, tabule, cuscuz) e ostras. Massas e risotos são preparados na hora, visto que são pratos que não suportam bem exposição prolongada ao calor.

No caso dos raviólis (queijo canastra com ervas; pato confitado; bacalhau; entre outros), são produzidos de véspera pela Casa Bonomi e mantidos refrigerados até o momento do pedido, quando são finalizados em molho (alfredo, tomate ou funghi) ou manteiga de sálvia. 

Do Atlantico, Wingler levou receitas de sucesso, como o arroz de limão, o bolinho de bacalhau (receita de sua avó) e o tempero dos peixes que vão à grelha, à base de azeite, óleo de girassol, alho, tomilho, louro e sal refinado – o mesmo do restaurante Satyricon, casa fluminense especializada em peixes e frutos do mar na qual ele já trabalhou.

À parte, podem ser pedidos peixes inteiros (R$ 55; cada um com cerca de 1kg) e carnes como bife de chorizo (R$ 32, 300g) e costeleta de cordeiro (R$ 48, seis unidades), tudo feito na brasa. Há várias opções de petiscos vendidos separadamente, atendendo a quem não quer o bufê livre, a exemplo da porção de lula na chapa (R$ 28). O chope é vendido a R$ 4,80. Entre as sobremesas, destaque para o creme brûlée ao cardamomo e laranja (R$ 14).
 
Mathilde
Rua Ouro Preto, 1.155, Santo Agostinho. (31) 3054-5117. Aberto de terça a sexta, das 18h à 0h; sábado, das 11h à 
meia-noite; domingo, das 11h às 17h. 

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