Mineiro Ary Barroso ganha homenagem do Ballet Stagium

Espetáculo 'O canto da minha terra' entra em cartaz neste sábado no Sesc Palladium

por Walter Sebastião 11/03/2016 09:00
Arnaldo Torres/divulgação
Márika Gidali com Célia, Celma e o coreógrafo Décio Otero (foto: Arnaldo Torres/divulgação)
Uma celebração da brasilidade. É assim que o coreógrafo Décio Otero define o espetáculo O canto da minha terra, que o Ballet Stagium apresenta amanhã em BH. Com música de Ary Barroso (1903-1964) e dança que soma o contemporâneo, o moderno e o clássico, a montagem mostra vida e obra do autor de Aquarela do Brasil.


“É um espetáculo bem emocional”, afirma o coreógrafo, contando que a montagem mexe profundamente com a memória afetiva das pessoas, até por trazer sucessos de Francisco Alves, Aracy de Almeida, Carmen Miranda, Lamartine Babo, Mário Reis e Silvio Caldas. Trata-se de um documentário a partir de pesquisa sobre a trajetória de Ary, que também foi radialista e político.

Para Décio, Ary Barroso pensou o país com a mesma filosofia do Ballet Stagium. “Quanto mais mexemos nas raízes do Brasil, mais universais ficamos”, diz, lembrando que o mineiro permanece ainda hoje como um dos grandes cronistas de sua época.
Otero explica que O canto da minha terra não traz ilustrações de um contexto, mas a interpretação de questões artísticas propostas por Ary, que tocam em temas como a memória cultural e social. “Para o Stagium, um bom espetáculo diverte e faz o espectador pensar sobre o que está vendo”, argumenta.

As dupla sertaneja Célia e Celma faz participação especial. As gêmeas foram vizinhas da família de Ary Barroso em Ubá, na Zona da Mata mineira, onde o compositor nasceu. “Elas fazem Canto da minha terra ganhar ainda mais forma como montagem que fala de raiz, de um lugar, de uma terra”, conta Otero.

O espetáculo comemora os 45 anos do Ballet Stagium, criado pelo casal Márika Gidali e Décio Otero em São Paulo. “Queremos mostrar para o nosso povo o quanto a dança é importante. E não só nos grandes teatros de veludo, mas em hospitais, escolas, periferias e presídios”, diz ele, defendendo a síntese entre arte e educação. “Ao contrário do que dizem os puristas, as duas coisas podem se misturar. Dança desenvolve disciplina, sociabilidade e trabalho em grupo”, conclui Otero.


O CANTO DA MINHA TERRA

Com Ballet Stagium e a dupla Célia e Celma. Neste sábado, às 21h. Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).

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