Peça do Coletivo Os Conectores discute o machismo velado

Rosa Choque integra a programação do Verão Arte Contemporânea (VAC), em cartaz em BH

por Carolina Braga 15/01/2016 08:00
Flávio Charchar/divulgação
(foto: Flávio Charchar/divulgação)
Quando Rosa choque fez sua primeira temporada em Belo Horizonte, em maio do ano passado, o momento ainda era de reconhecimento mútuo – da peça com o público e vice-versa. Foi uma surpresa. “Ela gerou muito mais empatia do que imaginávamos. Muitos homens vieram nos agradecer e até choraram, o que não pensamos que pudesse acontecer”, conta a atriz Cris Moreira, idealizadora do projeto.


A reação do público é fruto da abordagem relevante de um tema importante e contemporâneo: as diferenças de tratamento, cristalizadas na sociedade, entre homens e mulheres. Está em cena o machismo velado, problema ainda timidamente combatido.

Com texto de Assis Benevenuto e Marcos Coletta, a criação do grupo Os Conectores tem direção de Cida Falabella. Cris Moreira divide a cena com Guilherme Théo (foto). A dupla trabalha com dramaturgia fragmentada, invertendo – e até subvertendo – papéis definidos para os gêneros.

A peça nasceu como cena curta. Posteriormente, ganhou o formato atual, com 60 minutos. Desde o início, havia a preocupação de tratar de forma sensível assuntos que não são leves. “Não se trata de romantizar o machismo ou a violência, mas de ter delicadeza para falar disso com as mulheres. Também não queríamos que os homens se afastassem”, conta a atriz.

No início da concepção do espetáculo, emergiu uma visão mais ativista do tema. Porém, em 2014 e 2015, as discussões sobre machismo e diferença de gêneros ganharam outra dimensão. “Falar de violência contra a mulher era um pouco mais complexo. Estreamos em outro contexto”, explica Cris Moreira.

Rosa choque leva para a cena, entre outras notícias relacionadas ao tema, o movimento #meuamigosecreto. A iniciativa, que mobilizou as redes sociais, incentivou mulheres a revelar episódios de assédio sexual.

ROSA CHOQUE
Com Coletivo Os Conectores. Galpão Cine Horto. Rua Pitangui, 3.613, Horto, (31) 3481-5580. Hoje e amanhã, às 20h; domingo, às 19h. R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A peça faz parte da programação do Verão Arte Contemporânea (VAC).

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