Rio São Francisco invade Praça da Liberdade em mostra do Iepha

Programação cultural 'Alameda São Francisco: O rio inunda a cidade' reúne inventário cultural das populações que vivem à margem do Velho Chico

por Walter Sebastião 24/10/2015 07:00

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Alameda São Francisco: O rio inunda a cidade, é nome de programação que vai ser realizada a partir deste sábado, 24, na Praça da Liberdade e Museus das Minas e do Metal. O objetivo é apresentar ao público os resultados do primeiro Inventário Cultural do Rio São Francisco, com publicação, música, fotografias e conversas com mestres de oficios.

 

Trata-se de trabalho realizado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), que, durante três anos e meio, visitou 17 cidades, que margeiam a parte navegável do rio, de Pirapora a Manga, para identificar os bens culturais da região.

Iepha/Divulgação
(foto: Iepha/Divulgação)
"O nosso desejo é que as pessoas se contaminem com a cultura do rio São Francisco, ela é fundamental para a nossa identidade. É programação divertida, lúdica, interativa, sem preocupação de catequizar”, brinca Tereza Bruzzi, curadora da mostra.

 

A alameda central da Praça da Liberdade recebe um rio feito de tecidos, com referências aos fazeres da cultura de um dos cursos aquáticos mais famosos do Brasil. As atividades continuam no domingo, 25, com apresentação da marujada Rei dos Temerosos, grupo nascido na cidade de Januária. Já no dia 31, às 17h, ocorre apresentação de Mineiramente, com o grupo Ponto de Partida.

Os técnicos do Iepha, com a participação das comunidades, fizeram um levantamento dos lugares, celebrações, formas de expressão, saberes e fazeres mais representativos das comunidades ribeirinhas. Que resultou em fichamento de bens culturais e imateriais, mais de 10 mil fotos e 60 horas de gravações em áudio e vídeo.

 

Como explica Françoise Jean, diretora de Proteção e Memória do Iepha, estes materiais vão subsidiar medidos de salvaguarda, registro ou tombamento. “Há, ainda, bens, nem precisam destas medidas, mas de serem mais valorizados com ações que permitam que as comunidades entendam que o quanto eles são importantes para o município, Minas Gerais e o Brasil”, conta Jean.

A importância de ouvir as comunidades, explica Françoise Jean, é abrir horizontes. “Rompe-se com visão tradicional e antiga que patrimônio só é só edificação, história oficial, grande s eventos”, afirma, lembrando-se que orações, rituais, pintura corporal etc também merecem salvaguardas.

 

A população, ouvida apontou “como de valor afetivo, simbólico, patrimonial”, o encontro do São Francisco com o rio das Velhas, o pôr do sol e praias do rio. Uma primeira síntese da pesquisa, avisa Françoise, com informações que ampliam significativamente o conhecido até agora, está no Caderno do Patrimônio Imaterial. É plano do Iepha novas pesquisas, com a mesma metodologia, em outras regiões de Minas Gerais.

 

Alameda São Francisco: o rio inunda a cidade

Sábado e domingo, 24 e 25 de outubro, na Praça da Liberdade. Entrada gratuita.

 

10h – Lançamento do Caderno do Patrimônio Imaterial: Inventário Cultural do Rio São Francisco, com conversa com os mestres de oficios no Museu das Minas e do Metal. Após o lançamento, apresentação do grupo Batuque do Ponto Chique, na alameda central da praça da Liberdade.

De 19h às 23h – Tradições do São Francisco. Projeções de fotos na fachada Espaço do Conhecimento UFMG.

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