Noemi Jeffe lança 'Chama-se Írisz: as orquídeas' hoje no Museu de Artes e Ofícios

Primeiro romance da paulista revela a história de uma botânica que foge de Budapeste para o Brasil

por Walter Sebastião 02/06/2015 00:13

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JOÃO BANDEIRA/DIVULGAÇÃO
A escritora Noemi Jaffe, que lança hoje em BH o romance Írisz: as orquídeas (foto: JOÃO BANDEIRA/DIVULGAÇÃO)
 Chama-se Írisz: as orquídeas (Companhia das Letras), o primeiro romance da paulista Noemi Jaffe, de 53 anos. O livro será lançado hoje, em Belo Horizonte, no Museu de Artes e Ofícios (MAO). A trama revela a história, as memórias e as reflexões de Írisz, uma botânica que foge de Budapeste para o Brasil, em 1956, depois da entrada no país do Exército da (extinta) União Soviética. Como ela vive fugindo e desaparecendo, o leitor tem acesso aos fatos sobre a cientista por meio de seus escritos inseridos em relatórios enviados a Martim, o diretor de um jardim botânico brasileiro.

“Como as orquídeas, Írisz tem raízes aéreas, que não têm necessidade de se fundar na terra”, observa Noemi Jaffe. Falando de amor, da noção de ser estrangeiro, dos modos como a língua carrega uma maneira de sentir o mundo, o livro, na opinião da autora, mostra a dificuldade de estar junto. “Em todos os sentidos: ideológico, filosófico, psicológico, geográfico etc.”. O texto conjuga o fluxo da subjetividade com um contexto “bem realista”, já que traz também a história da revolução húngara.

 A escritora já publicou Quando nada está acontecendo (crônicas); A verdadeira história do alfabeto (contos), O que os cegos estão sonhando? (memórias) e Todas as coisas pequenas (poemas). “Como não gosto da classificação da literatura por gêneros, como se ela fosse engavetável, fico experimentando a linguagem”, afirma. Admiradora de Philip Roth (“pelo modo como consegue misturar ação e reflexao”), Virginia Woolf (“é um mistério como consegue escrever frases longas tão bem”) e David Grossman (“pela delicadeza com que constrói os personagens”), Noemi Jaffe é doutora em literatura brasileira, crítica literária e ministra curso de escrita criativa.

Ela considera positivo o crescimento dos cursos para escritores (“e quem gosta de escrever”) no Brasil, sejam acadêmicos ou livres. “Colaboram no sentido de trazer mais sentido de disciplina interna, valorização da técnica, desmistificação do que é inspiração. Escrever bem é encontrar a individualidade na linguagem e proporcionar algo novo ao leitor. O que se consegue com treinamento, reescrevendo  muitas vezes e não se dando rapidamente satisfeito com o resultado”, acredita.

OFÍCIO DA PALAVRA

Lançamento do romance Írisz: as orquídeas, de Noemi Jaffe. Hoje, às 19h30, no Museu de Artes e Ofícios (Praça da Estação). Entrada franca.

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