Mostra com curadoria de Augusto França foca o 'grande universo' do desenho

Museu de Arte da Pampulha exibe obras modernas e contemporâneas de artistas pertencentes ao seu acervo

por Walter Sebastião 27/05/2015 08:00

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ASCOM/PBH/DIVULGAÇÃO
Gravura de Gilvan Samico é uma das obras do artista presentes na mostra 'Sobre o que se desenha' (foto: ASCOM/PBH/DIVULGAÇÃO)
Reunião de obras modernas e contemporâneas para ver o que o desenho propõe e as transformações dele ao longo dos últimos 50 anos. É o que propõe a exposição 'Sobre o que se desenha', com curadoria de Augusto França, que está sendo apresentada no Museu de Arte da Pampulha (MAP). Isto é: a mostra reúne trabalhos gráficos, esculturas, fotos pertencentes ao acervo da instituição e abrange ainda performances feitas por artistas convidados. As questões detalhadas por esses trabalhos são formais e espaciais, envolvendo os modos de representar a figura humana, o imaginário, a presença do desenho além do papel.


“A proposta é apresentar um pouco do grande universo que é o desenho. Evidenciando as questões que ele coloca, por meio de aproximações estéticas ou conceituais, não a técnica ou a cronologia”, afirma o curador. Ele explica que sua intenção foi promover diálogo entre autores com estéticas as mais diversas e evitou, apesar da estrutura de módulos, apresentar segmentos muito fechados. “Deixei abertos espaços para que cada espectador procure relações entre as obras”, diz.

O desenho, conforme salienta França, é versátil e está em tudo. “Até no projeto de Oscar Niemeyer para o museu”, observa. E por isso pode ser arte, pesquisa, projeto e ter muitos outros usos. “É um modo de pensar, quase uma filosofia.” Augusto França vê com desconfiança a assertiva antiga e recorrente na área do ensino de que para fazer arte é necessário saber desenhar. “Não sei se é obrigação, o que observo é que o desenho é meio de transformação, inclusive pessoal.”

A presença marcante do desenho na arte feita em Belo Horizonte se deve, na opinião do curador, à história de um ensino de arte que começou com Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), que tinha no desenho um fundamento e que teve prosseguimento com os alunos do artista fluminense. “É uma presença que persiste até hoje, até por não ser história tão distante assim”, observa. O curador acredita que as práticas da arte contemporânea, por não ter limites quanto ao uso de meios, terminaram por dissipar uma espécie de preconceito contra o desenho.

Sobre o que se desenha
Obras de vários artistas, com curadoria de Augusto Fonseca. Museu de Arte da Pampulha, Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha, (31) 3277-7946. De terça a domingo, das 9h às 18h30. Até dia 16 de agosto. Entrada franca.

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