ArtBh reúne 15 galeristas no Minascentro a partir de sábado

Organizador diz que, além da chance dada a colecionadores para adquirir obras, primeira edição da feira oferece oportunidade para artistas e público se aproximarem

por Walter Sebastião 17/05/2015 10:52

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 ARTBH/ DIVULGAÇÃO
Obra de Abraham Palatinik, da Galeria Murilo de Castro (foto: ARTBH/ DIVULGAÇÃO )


“Vou fazer com o mercado de arte o que fiz com o de moda: colocar Minas Gerais no mapa como referência no setor”, afirma o produtor Nilso Farias. Ele realiza, a partir do próximo sábado, dia 23, a ArtBh, primeira feira do setor na cidade, que ocorrerá no Minascentro.

A feira vai reunir 15 galerias e apresentar mais de 300 artistas brasileiros modernos e contemporâneos. A expectativa é que os novos talentos ganhem especial atenção, sem desconsiderar quem já tem carreira em andamento ou estabelecida.

Na opinião de Farias, feiras têm um mérito que é só delas: aproximar vendedores e compradores de arte. Ele conta que está sendo feito um esforço extra para trazer para a ArtBh gestores e curadores de museus, acervos, centros culturais, que são “os grandes compradores ou orientam coleções”, observa. “Saber que vamos receber galeristas de todo o Brasil, que virão a Belo Horizonte para avaliar o evento e sua possível participação em 2016, já é um prêmio ao esforço de criar a feira”, garante ele.

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Obra de Andrey Zignnatto, da Galeria Orlando Lemos (foto: ARTBH/ DIVULGAÇÃO )


“Para o público e para os colecionadores, a feira é uma oportunidade de conhecer os artistas e o que está sendo feito em arte. Para os artistas, é uma chance de apresentar o que fazem a muita gente”, afirma o empreendedor. “Tudo isso num breve espaço de tempo e num único endereço”, observa. Ele observa que “arte não é um produto comum, vendido em todo lugar”, apontando o aspecto que diferencia a ArtBh de outras feiras.

Galeristas aprovam iniciativa

O meio de arte brasileiro conhece pouco ou apenas superficialmente Belo Horizonte, na avaliação do promotor da feira. Ele diz que os convidados da feira vêm com a expectativa de descobrir novos talentos e cita o interesse em conhecer o Circuito Cultural Praça da Liberdade e Inhotim como fator adicional de atração. “Vamos mostrar que Belo Horizonte é um polo irradiador de cultura.”

O sonho do organizador é alcançar um público de 10 mil pessoas. “Mas, com a metade, já estou satisfeito”, diz. “A feira podia ter saído antes, mas tudo que se faz pela primeira vez tem de enfrentar a descrença, a falta de fé, a desconfiança”, afirma, acrescentando que não foi fácil levantar recursos para a empreitada. Uma lacuna na composição da feira é o fato de não haver galerias que trabalhem só com fotografia. “Vamos mostrar fotos, mas galerias especializadas só em 2016”, conta, já avistando a segunda edição da ArtBh.

Para Lúcio Albuquerque, da Celma Albuquerque Galeria de Arte, é natural que Belo Horizonte, cidade que conta com coleções importantes, tenha sua feira de arte. Ele cita pesquisa da Associação Brasileira de Galerias de Arte Contemporânea, realizada há quatro anos, que aponta Belo Horizonte como detentora de uma fatia de 6% do mercado consumidor brasileiro (contra 60% de São Paulo e 17% no Rio de Janeiro). “Esses números revelam que a oportunidade de expansão e crescimento na área está aqui”, opina.

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Diluvianamente, obra de Frida Baranek, da Galeria Lemos de Sá (foto: ARTBH/ DIVULGAÇÃO )


Lembrando que “fazer uma boa feira de arte é essencial para que o projeto tenha continuidade”, Lúcio Albuquerque cita como aspecto positivo da ArtBh o fato de ser uma feira mais simples, menor do que os megaemprendimentos e, por isso, “menos cansativa”.

Feiras de arte ajudam a formar colecionadores, forjam gosto pelo assunto e apuram o olhar. “É um parque de diversões”, brinca Beatriz Lemos de Sá, dona de galeria que leva o seu nome. Assim como outros galeristas mineiros, ela está de olho na conquista de um tipinho: o que não sai de Belo Horizonte para ir a feiras de arte em outros locais, não compra ou compra pouco. “São muitos. Belo Horizonte tem um potencial enorme como mercado de arte”, diz ela.

A paulista Hilda Araújo, do Escritório de Arte Hilda Araújo (SP), considera positivo o surgimento de uma nova feira de arte no Brasil. “O país comporta muitas delas”, diz, defendendo que todos os estados ensaiem alguma ação na área. “Seria uma evidência de que a cultura e o apreço por ela estão crescendo.”

“O objetivo de uma feira não é só a venda, mas a divulgação dos artistas”, afirma Sérgio Gonçalves, proprietário da galeria homônima, no Rio de Janeiro. “É um espaço aberto, não tem degrau para subir nem porta para abrir e entrar. Então, não há por que ficar com medo de visitar”, brinca. Ficar à disposição do público, por horas a fio apresentando obras e artistas é um trabalho puxado. “Mas maravilhoso. Só o fato de as pessoas terem interesse em ver arte já esta bom. Houve tempos em que ninguém queria ouvir falar em arte”, observa.

O Gabinete de Arte k2o, de Brasília, surgiu há dois anos, como extensão das atividades da colecionadora e curadora Karla Osório. “É muito bom ver surgir uma feira de arte, ainda mais em Belo Horizonte, que tem mercado consolidado e sensilidade para a arte”, elogia, recordando-se de Inhotim. O mérito desse tipo de evento, segundo ela, é trazer ao público, sem necessidade de muitas e longas viagens, um panorama da arte que está sendo feita no momento. “E a chance de ver obras importantes”, acrescenta.

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Obra de Tomie Ohtake, da Galeria Proarte (foto: ARTBH/ DIVULGAÇÃO )
GALERIAS PARTICIPANTES
Beatriz Abi Ackel
Dotart Galeria
Celma Alvim
Celma Albuquerque
Colecionador (RJ)
Gabinete de Arte k2o (DF)
Hilda Araújo (SP)
Lemos de Sá
Manoel Macedo
Murilo de Castro
Orlando Lemos
Proarte (SP)
Quadrum
Sérgio Gonçalves (RJ)
Toulouse (RJ)

Prgrame-se - ArtBh
Feira de arte moderna e contemporânea. De 23 a 26 de maio. Minascentro, Avenida Augusto de Lima, 785. Centro. Informações: (31) 3593-8006. Sábado (23), segunda (25) e terça-feira (dia 26), das 14 às 22 horas; domingo (dia 24), das 13 às 20 horas. Entrada franca.

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