'Querido Brahms' traz à tona triângulo amoroso entre famosos músicos alemães

Espetáculo é estrelado por Werner Schünemann, Carolina Kasting e Olavo Cavalheiro

por Carolina Braga 24/04/2015 11:00

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João Caldas/Divulgação
(foto: João Caldas/Divulgação )
Antes de ser ator e, principalmente, rosto conhecido da televisão e do cinema, o gaúcho Werner Schünemann era professor de história. E é com toda a didática de quem passou alguns anos disseminando conhecimento que ele fala sobre 'Querido Brahms', espetáculo em cartaz no Grande Teatro do Palácio das Artes neste fim de semana. “É o mais famoso e rumoroso caso de amor, na medida em que foi um triângulo amoroso completo. Os três se relacionavam entre si”, introduz ele, sobre os três personagens do espetáculo. Querido Brahms faz um recorte na avançada “amizade” entre Clara Schumann (Carolina Kasting), o marido Robert Schumann (Werner) e o jovem Johannes Brahms (Olavo Cavalheiro). Embora o nome do mais novo dê título à peça, na verdade, é coadjuvante. “Eu também me pergunto por que a peça tem esse nome”, confessa Schünemann.


A trama se passa em uma noite do ano de 1854. Brahms é chamado às pressas por Clara, após uma tentativa de suicídio de Schumann. “Ele sempre foi um cara extremamente passional. Tinha aquela coisa de viver sempre em êxtase e assim desconstruiu muitas regras para a música clássica da época”, explica. Diante daquele acesso de loucura narrado no espetáculo, a mulher busca conselhos. Deve internar o marido em um hospício ou tentar curá-lo em casa? “É uma peça emocionante, densa e curta, com apenas 70 minutos. Não será nada que vá entediar o público”, garante o bem-humorado ator.

OUSADIA Na época em que era professor, Werner se dedicou a pesquisar o período romântico da música alemã. Desde então, acumula conhecimento sobre os compositores importantes da época, além, é claro, de curiosidade sobre o comportamento original e ousado dos artistas da época. Sobre Schumann, ele aprendeu que foi um dos precursores da crítica musical em jornais, se achava mais um dramaturgo do que músico, e realmente foi inovador.

“Esses românticos tinham uma ideia de amor que passava por sexo, desejo, libido, mas era um tipo de amor com grau de veneração, lealdade e dedicação um ao outro muito elevado. Schumann sempre testava as coisas elevando aos montes”, conta. Werner contextualiza lembrando que o século 19 foi um período revolucionário na história mundial. “Napoleão estava passando o rodo na Europa e ao mesmo tempo havia uma fexibilização de costumes. Muitos artistas homossexuais se assumiam, as mulheres também se revelavam autoras e essas coisas que não eram comuns no século anterior”, conta. Com direção musical do maestro Miguel Briamont, a trilha sonora do espetáculo tem, obviamente, composições dos três personagens, assim como obras de Franz Liszt. Querido Brahms estreou no final de janeiro, em São Paulo.

Querido Brahms
Sábado e domingo, às 19h e às 21h. Grande Teatro Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Plateias I e II:
R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia); plateia superior, R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).

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