Mineiros estreiam espetáculos no Festival de Teatro de Curitiba

'Uma carta para Vincent', de Odilon Esteves, teve casa lotada todos os dias. Já o Grupo Ponto de Partida encenou 'Drummond'

por Carolina Braga 31/03/2015 09:00

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Lina Sumizono/Divulgação
O Grupo Ponto de Partida encena Drummond no Festival de Curitiba (foto: Lina Sumizono/Divulgação )
Curitiba – A falta de pauta nos teatros de Belo Horizonte e também os altos valores cobrados foram alguns dos fatores que fizeram com que a atriz Dayane Lacerda escolhesse Curitiba para a estreia de 'Uma carta para Vincent'. O monólogo dirigido por Odilon Esteves, integrante da Cia. Luna Lunera, terminou nesta segunda sua temporada no Fringe, a mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba (25/3 a 5/4), com casa lotada todos os dias. Foi justo no dia do aniversário de Vincent van Gogh, pintor homenageado no espetáculo.


“Chegar aqui em Curitiba e ninguém me conhecer foi muito bom. As pessoas vêm cruas, sem ideias preconcebidas”, comenta a atriz. “Para a gente, foi surpreendente. Com 400 peças em cartaz, é sempre incerto saber se vai ter público ou não”, afirma o diretor.


Uma carta para Vincent nasceu como trabalho de conclusão do curso de Dayane Lacerda nas artes cênicas da UFMG. Foram feitas cinco apresentações em Belo Horizonte, ainda como parte do trabalho universitário, no meio do ano passado. Também com dramaturgia assinada pela atriz, a peça traça paralelos entre a vida da intérprete e a do pintor holandês. É uma pesquisa sobre os limites da ficção e da realidade, assim com a abordagem de biografias em cena.


A prova de que o espetáculo repercutiu bem no sempre concorrido Fringe não foi apenas a casa lotada, mas as reações que a peça suscitou. No final da apresentação de domingo, chegou às mãos de Dayane uma carta de uma espectadora que esteve na sessão de estreia. “Fala de como foi importante para ela ter visto a peça e assina como Vincent van Gogh. É muito legal perceber que as pessoas acabam encaixando as coisas delas no espetáculo. Aconteceu aqui e a gente tinha medo de que não funcionasse”, diz a atriz.


'Uma carta para Vincent' é uma montagem da Cia. Quinta Marcha. Na próxima sexta, o mesmo grupo apresenta em Curitiba outro monólogo: Se essa rua fosse minha, um solo de Macaxeira, com Denise Leal.

OFICIAL Único grupo mineiro selecionado para a Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba em 2015, o Ponto de Partida também teve casa cheia no fim de semana de apresentações. A companhia de Barbacena começou aqui a temporada comemorativa de seus 35 anos. A peça escolhida não foi exatamente uma estreia, 'Drummond'. “Foi incrível, porque a gente viu o que é um clássico. Essa peça tem 25 anos e continua nova, parece que foi feita ontem”, comenta a diretora Regina Bertola.

O Ponto de Partida fez duas apresentações no Teatro da Reitoria em Curitiba. O que chamou a atenção de Bertola foi a acolhida do público. “O festival lida com os amantes do teatro, e as pessoas pareceram impressionadas com a linguagem do Ponto”, diz.

Dando continuidade à temporada de festa pelos 35 anos, na próxima semana, o Ponto de Partida inaugura em Barbacena a Estação Ponto de Partida. Trata-se de uma área restaurada pela companhia, que abrigará o grupo de teatro, assim como as atividades da Bituca Escola de Música. “É o grande marco dos 35 anos. Devolver para o país uma construção histórica que guarda uma memória da maior importância e que estava no chão. É um novo aparelho cultural para o estado de Minas Gerais”, afirma.

A repórter viajou a convite do Festival de Curitiba.

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