“Chegar aqui em Curitiba e ninguém me conhecer foi muito bom. As pessoas vêm cruas, sem ideias preconcebidas”, comenta a atriz. “Para a gente, foi surpreendente. Com 400 peças em cartaz, é sempre incerto saber se vai ter público ou não”, afirma o diretor.
Uma carta para Vincent nasceu como trabalho de conclusão do curso de Dayane Lacerda nas artes cênicas da UFMG. Foram feitas cinco apresentações em Belo Horizonte, ainda como parte do trabalho universitário, no meio do ano passado. Também com dramaturgia assinada pela atriz, a peça traça paralelos entre a vida da intérprete e a do pintor holandês. É uma pesquisa sobre os limites da ficção e da realidade, assim com a abordagem de biografias em cena.
A prova de que o espetáculo repercutiu bem no sempre concorrido Fringe não foi apenas a casa lotada, mas as reações que a peça suscitou. No final da apresentação de domingo, chegou às mãos de Dayane uma carta de uma espectadora que esteve na sessão de estreia. “Fala de como foi importante para ela ter visto a peça e assina como Vincent van Gogh. É muito legal perceber que as pessoas acabam encaixando as coisas delas no espetáculo. Aconteceu aqui e a gente tinha medo de que não funcionasse”, diz a atriz.
'Uma carta para Vincent' é uma montagem da Cia. Quinta Marcha. Na próxima sexta, o mesmo grupo apresenta em Curitiba outro monólogo: Se essa rua fosse minha, um solo de Macaxeira, com Denise Leal.
O Ponto de Partida fez duas apresentações no Teatro da Reitoria em Curitiba. O que chamou a atenção de Bertola foi a acolhida do público. “O festival lida com os amantes do teatro, e as pessoas pareceram impressionadas com a linguagem do Ponto”, diz.
Dando continuidade à temporada de festa pelos 35 anos, na próxima semana, o Ponto de Partida inaugura em Barbacena a Estação Ponto de Partida. Trata-se de uma área restaurada pela companhia, que abrigará o grupo de teatro, assim como as atividades da Bituca Escola de Música. “É o grande marco dos 35 anos. Devolver para o país uma construção histórica que guarda uma memória da maior importância e que estava no chão. É um novo aparelho cultural para o estado de Minas Gerais”, afirma.
A repórter viajou a convite do Festival de Curitiba.