Insatisfeitos com os rumos das políticas públicas em Minas Gerais, integrantes do Movimento Matraca protocolaram nesta sexta-feira, 20, na Secretaria de Estado da Cultura, carta com reivindicações endereçadas ao secretário Angelo Oswaldo. O documento é assinado por 207 artistas, produtores e representantes de grupos e organizações ligadas ao setor artístico.
Um dos pontos destacados é o Plano Estadual de Cultura.
De acordo com o Movimento Matraca, ele deveria ter sido encaminhado à Casa Civil do governo mineiro para posterior envio à Assembleia Legislativa. “Por motivo ignorado e obscuro, a minuta encontra-se parada na Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão) desde o final de 2014. É fundamental a homologação da lei que cria o Sistema Estadual de Cultura e a aprovação e implementação do plano, instrumento elaborado conjuntamente por representantes legítimos de diversos segmentos culturais que estabelece diretrizes para a implantação e permanência de políticas públicas para a cultura”, afirma o documento.
Os signatários reivindicam ampliação e democratização do Fundo Estadual de Cultura. Há um entendimento de que a Lei de Incentivo à Cultura não pode ser o principal instrumento de política cultural. “Propomos a criação de outras ferramentas de fomento, interiorização e financiamento para a cultura e as artes, além da potencialização e reestruturação de alguns já existentes – Edital Cena Minas, Música Minas, Filme em Minas e Prêmio Estímulo às Artes Cênicas, dentre outros”.
Por fim, o Movimento Matraca reivindica debate mais claro sobre a utilização dos equipamentos públicos, principalmente no que tange às contrapartidas de empresas que ocupam edifícios públicos no Circuito Cultural da Praça da Liberdade. "É urgente discutir com a nova gestão a composição das equipes de governo para a cultura, que, diferentemente da nossa expectativa, têm preenchido cargos em atendimento aos apoios eleitorais e por profissionais distanciados das questões do setor", afirma o documento.
MATRACA
Matraca é instrumento musical usado em cerimônias religiosas ou por vendedores ambulantes para chamar a atenção das pessoas, alertar sobre a passagem do cortejo e sinalizar o início de um ritual. Virou sinônimo de pessoa que não se cala, incomoda e fala insistentemente.