Coletivo Zona expõe sua intimidade em exposição fotográfica

Mostra entra em cartaz no Galpão Cultural Benfeitoria nesta quarta-feira e fica até 1º de abril

por Ailton Magioli 04/03/2015 07:30

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Coletivo Zona/Divulgação
(foto: Coletivo Zona/Divulgação)
O canal para a criação do Coletivo Zona, de Belo Horizonte, foram as redes sociais. Mais especificamente, o Facebook, no qual as cerca de 30 integrantes iniciais criaram o grupo Mulheres e Projetos, há cerca de seis meses. “Depois de um primeiro encontro, no Edifício Maletta”, recorda a artista plástica, atriz e produtora cinematográfica Giulia Souza, de 22 anos “Resolvemos reduzir o grupo, que hoje reúne 12 mulheres na faixa dos 19 aos 27 anos, de origem e formação variadas. Tem fotógrafa, designer, atriz, escritora, produtora de cinema”, lista Giulia, admitindo que, além do gênero em si, a fotografia acabou contribuindo para a aproximação do grupo, que inaugura hoje, no Galpão Cultural Benfeitoria, da Floresta, a exposição 'Coletivo Zona'.


No mezanino, elas tentam criar o ambiente que melhor expresse o trabalho do coletivo, no qual, além de cartas trocadas entre si, no início, estão coisas mais íntimas e delicadas, tais como calcinhas e pinturas feitas à base de sangue menstrual. Anis Zoberi, Anna Anastasia, Fernanda Siqueira, Giulia Souza, Isabel Chaves, Júlia Filgueiras G. Dutra, Laura Belisário, Luiza Hermeto Mascarenhas, Lurdes Zanon, Maria Clara Cheib, Maria Laura Moreira, Maria Navarro e Maria Vaz estão entre as meninas que criaram a instalação, muitas das quais também contribuíram para as fotos que estão expostas no térreo da casa noturna.

Sobre a instalação, diz Giulia, “é uma zona de coisas, mesmo, mas que têm um quartinho: calcinhas penduradas, cartinhas que a gente trocou entre si, objetos que tenham valor para a gente e que traduzem uma intimidade”, diz ela, salientando que, além da vivência de cada uma, a mostra também passa pela chamada zona de prostituição, com o objetivo de quebrar o preconceito.

Entre as 30 fotografias expostas, a maioria foi produzida por Maria Vaz e Maria Navarro, esta última, atualmente na Europa, também responsável pela produção de um vídeo exibido na exposição. Durante as seis semanas em que a mostra estará em cartaz no Galpão Benfeitoria, toda quarta-feira haverá a projeção de filmes dirigidos por mulheres, entre as quais Sara Não Tem Nome, Daniela Meira, Amanda Gomes e Ana Moragi, de Belo Horizonte, e Alice Drumond, de São Paulo.“O nosso coletivo trabalha exatamente as diferenças. Para mim, por exemplo, ser mulher tem a ver com luta, respeito e conquista de espaço. Eu não consigo separar as coisas”, afirma Giulia Souza, que diz se perguntar no dia a dia o significado de tal condição. Depoimentos de mulheres, transexuais, travestis, meninas jovens e nem tão jovens, previamente gravados, também integram a exposição.

 

COLETIVO ZONA
Desta quarta-feira até 1º de abril, no Galpão Cultural Benfeitoria (Rua Sapucaí, 153, Floresta). Visitação de quarta-feira a domingo, das 19h à 1h. Entrada franca. Informações: (31) 9873-2365.

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