O volume faz parte da Coleção Mineiriana e chega a público graças à parceria da Fundação João Pinheiro com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Saint-Adolphe o escreveu nos 26 anos em que morou no Brasil. Seu trabalho se destaca por oferecer uma descrição geral do Império brasileiro, extrapolando o enfoque meramente provincial.

O autor fornece dados históricos e econômicos sobre províncias, cidades, vilas e aldeias brasileiras. O leitor encontra informações sobre população, comércio, indústria, agricultura e mineração, além da descrição de rios, lagoas, serras e montes. Os especialistas Renato Pinto Venâncio e Maria do Carmo Andrade assinam textos introdutórios.

A historiadora Maria Marta Araújo, coordenadora da edição pela FJP, reforça que a obra, apesar de seus 169 anos, continua sendo referência, “principalmente para a compreensão e análise dos diferentes processos que determinaram a configuração histórica e geográfica do país”. De acordo com ela, trata-se de fonte obrigatória para a análise de práticas discursivas que permitiram, no século 19, consolidar a imagem de um Império para o Brasil. Essa concepção propiciou a integridade política e administrativa do vasto território brasileiro.

O dicionário de Saint-Adolphe, lembra Maria Marta, é uma das principais fontes para perceber tanto a diversidade das experiências históricas e espaciais dos diferentes grupos que então formavam o povo brasileiro quanto para compreender as múltiplas maneiras de pensar e viver social e culturalmente o espaço e o território.