Desenhos de Noemi Assumpção ironizam o culto à comida, na galeria da Copasa

Figuras surrealistas de Paulo Fatal e 'aparições' materializadas de Jayme Reis são outras exposições em cartaz na capital

por Walter Sebastião 28/11/2014 10:24

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Paulo Fatal/divulgação
O artista Paulo Fatal põe no papel figuras que acredita terem nascido em seu inconsciente (foto: Paulo Fatal/divulgação )
Considerações sobre o real e sobre o fantástico fazem parte da exposição que Noemi Assumpção e Paulo Fatal apresentam na Galeria de Arte da Copasa, em BH. Ela mostra desenhos realizados entre 2011 e 2013, cujo motivo é o excesso de comida, em crítica ao consumismo. Paulo exibe aquarelas feitas entre 2012 e 2014. Voltadas para criaturas que são mistura de gente e bicho, remetem a motivos mitológicos.


“Em registro humorístico, estou falando das compulsões humanas, da falta de limites, do corpo disforme”, explica Noemi Assumpção. A referência à comida não está só na série 'Melancia não é maçã do amor'. As imagens vieram também de um livro de 2010, ponto de partida para imagens e estudos que subsidiaram performances apresentadas em diversos locais. Na mais recente, na Funarte MG, a artista ficou sentada em sofá comendo pipoca enquanto observava frangos assarem até ficar queimados.

INCONSCIENTE Paulo Fatal diz que suas figuras brotam do papel – ele não sabe de onde vêm, como surgem e nem tem discurso racional sobre elas. “Talvez seja inconsciente”, observa, sem preocupação de determinar origens. “Tudo o que fiz é assim. As mudanças, ao longo do tempo, foram mais formais do que temáticas”, explica Paulo. As imagens atuais têm cores mais fortes. O artista vê nessas realizações a integração de recursos do desenho (nanquim, “volúpia da construção”) à aquarela, “sedução por cor mais passional e derramada”, diz.

A belo-horizontina Noemi Assumpção é formada em artes plásticas, com habilitação em desenho e escultura, pela Escola Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Desde 2012, ela participa de coletivas. Paulo Fatal, também de BH, formou-se na Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, desde os anos 1980, participa de coletivas e exposições solo.

JAYME REIS/NOEMI ASSUMPÇÃO/DIVULGAÇÃO
'Epifania', de Jayme Reis (e), traz figuras nascidas de fotografias e backlights; a obsessão pelo corpo inspirou trabalhos de Noemi Assumpção (d) (foto: JAYME REIS/NOEMI ASSUMPÇÃO/DIVULGAÇÃO)
FOTOGRAFIA
'Epifania' é o nome da exposição do artista plástico Jayme Reis, em cartaz na Quadrum Galeria de Arte. O público verá fotos e um objeto. O artista explica que as imagens intuitivas foram criadas a partir de fotografias dele e de material capturado na internet. Tudo nasceu de seu gosto pelo exercício da composição. “Essas aparições vão se materializando como se eu estivesse compondo um concerto ou uma sinfonia”, observa.

Na origem das imagens está outro trabalho, realizado com backlights e agora desenvolvido com fotografia. Depois de passar uma década construindo objetos com diversos materiais, Jayme vem usando a fotografia desde 2013, a partir de um banco de imagens criado por ele.

“Mudar de linguagem traz descanso”, observa Jayme Reis, revelando que trabalha com vários meios ao mesmo tempo. “Às vezes, as composições que descubro fazendo fotos são usadas, mais tarde, na construção dos objetos”, conclui.

NOEMI ASSUMPÇÃO E PAULO FATAL
Desenho. Galeria de Arte da Copasa, Rua Mar de Espanha, 525, Santo Antônio. Diariamente, das 8h às 19h. Até 28 de dezembro.

 

JAYME REIS
Foto e objeto. Quadrum Galeria de Arte, Avenida Prudente de Moraes, 78, Cidade Jardim, (31) 3296-4866. De segunda a sexta-feira, das 12h às 19h. Até 23 dezembro.

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