'Rigoletto', que estreia neste sábado, critica a degradação moral e política dos poderosos

Até dia 29, dezesseis solistas vão subir ao palco do Palácio das Artes

por Fernanda Machado 18/10/2014 07:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.

Netun Lima/divulgação
(foto: Netun Lima/divulgação)
Estreia neste sábado a montagem mineira de 'Rigoletto', ópera de Giuseppe Verdi (1831-1901) apresentada pela primeira vez em 1851, no Teatro La Fenice, em Veneza (Itália). Com direção cênica de André Heller-Lopes, a releitura da história de degradação moral e política protagonizada pelo duque de Mântua e o bufão Rigoletto traz modernidades como um prometido beijo gay. Direção musical e regência estão a cargo do maestro Marcelo Ramos.

Dezesseis solistas encenarão a trama numa espécie de picadeiro de circo parisiense do século 19. Os barítonos Devid Cecconi e Rodolfo Giugliani se revezam no papel de Rigoletto. O elenco conta também com os tenores Giovanni Tristacci e Jean Nardoto, como duque de Mântua; e as sopranos Gabriella Pace e Lina Mendes, como Gilda. Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Coral Lírico de Minas Gerais e a Cia. de Dança Sesiminas também subirão ao palco do Palácio das Artes.

A produção da Fundação Clóvis Salgado respeita o enredo original, em três atos. Heller-Lopes explica que Verdi leva para o palco vidas corrompidas pela busca de poder. Escrito pelo compositor e por Francesco Maria Piave, o libreto se inspirou na peça 'Le roi s’amuse', do escritor Victor Hugo, alvo da censura francesa no século 19 por denunciar a devassidão tanto do rei quanto de seus asseclas.

Musicalmente, Rigoletto trouxe aspectos inovadores para os anos 1800, como a intensidade dos personagens e da interpretação, além da valorização de elementos populares. O destaque para vozes graves é outra característica da obra de Verdi. Até então, priorizavam-se tenores e sopranos, mas o italiano decidiu destacar baixos e contraltos. “Em Rigoletto, ele ousa ainda mais e coloca um barítono como personagem principal”, explica o maestro Marcelo Ramos.

A montagem mineira terá seis sessões e ficará em cartaz até dia 29. Aos domingos, Rigoletto começa mais cedo, às 19h.

RIGOLETTO

Ópera de Giuseppe Verdi. Direção cênica: André Heller-Lopes. Direção musical: Marcelo Ramos. Estreia neste sábado, às 21h; Domingo, às 19h. Sessões nos dias 21, 25 e 29, às 21h, e 26, às 19h. Grande Teatro do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Duração: 150 minutos, com dois intervalos de 20 minutos. Ingressos: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia-entrada). Bilhetes a preços promocionais (R$ 50 e R$ 25) para os setores K, L, M e N, na plateia superior.

A TRAMA

O primeiro ato de Rigoletto mostra um baile no palácio do duque de Mântua, conquistador que planeja seduzir Gilda, garota que viu na igreja. Bobo da corte, Rigoletto aconselha Mântua a sequestrar o conde Ceprano, casado com outra moça que o poderoso planeja enganar. Enquanto isso, Monterone se desespera ao descobrir que Mântua desonrou sua filha. Achincalhado por Rigoletto, lança maldição sobre ele. Pai de Gilda, o bobo da corte tenta afastar a filha das intrigas dos nobres, sem saber que ela se apaixonou pelo poderoso duque. Rigoletto trama a morte de Mântua, mas Gilda se coloca no lugar do amado e é assassinada em seu lugar. Assim, a maldição se cumpre, para desespero do bufão.

MAIS SOBRE E-MAIS