Balé ganha nova dramaturgia e vira espetáculo musical em 'O grande circo místico'

Peça mantém a mesma trilha sonora do sucesso original da década de 1980

por Ailton Magioli 17/10/2014 08:29

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Leo Aversa/Divulgação
A montagem de 'O grande circo místico' fica em cartaz em Belo Horizonte somente até domingo (foto: Leo Aversa/Divulgação)
Sucesso na década de 1980, em versão original para o balé, 'O grande circo místico', com música de Edu Lobo e Chico Buarque, está de volta à cena, agora em formato de musical. Atração do Cine Theatro Brasil Vallourec, de hoje a domingo, o espetáculo que ganhou dramaturgia inédita da dupla Newton Moreno e Alessandro Toller, tem direção de João Fonseca.


A trilha sonora, no entanto, permanece a mesma, depois de legar pelo menos cinco clássicos à música brasileira: de 'Beatriz' à 'Ciranda da bailarina', passando por 'Sobre todas as coisas', 'A bela e a fera' e 'A história de Lily Braun'. “Eu sou suspeito para falar, mas é realmente uma obra prima. Todas as músicas são brilhantes”, constata o diretor, para quem a parceria Edu e Chico ajudou a escrever a história do teatro musical brasileiro, que vive um verdadeiro boom.

Em alta Representantes da nova geração de dramaturgos brasileiros, Newton Moreno ('As centenárias' e 'Maria do Caritó') e Alessandro Toller ('Gotas ao dia' e 'Tauromaquia') criaram um novo enredo para a montagem, originalmente inspirada no poema de 47 versos de Jorge de Lima. Em cena, a improvável história de amor entre o aristocrata Frederico (Gabriel Stauffer) e a bailarina de circo Beatriz (Luciana Pandolfo). O conflito que sustenta a dramaturgia é a explosão de uma guerra.

No elenco estão ainda Fernando Eiras (administrador do circo), Isabel Lobo (a vilã Charlote), Ana Baird (Mulher Barbada) e Reiner Tenente (clown). Ao todo, são 15 atores e cinco músicas que interpretam a trilha sonora ao vivo. A direção musical é de Ernani Maletta, que já havia participado da montagem do 'Circo Místico' com o grupo cênico-musical Voz & Cia., antes do consagrado trabalho que vem desenvolvendo ao lado do grupo Galpão.

Não por acaso, o primeiro musical do diretor João Fonseca foi 'Gota d’água', de Chico Buarque e Paulo Pontes, de 2007. Posteriormente, dirigiu os espetáculos 'Tim Maia – Vale tudo' e 'Cazuza – Pro dia nascer feliz'. Segundo diz, à medida em que o formato cresce no país, o público para espetáculos do gênero também tem aumentado. “O brasileiro é muito musical, ela ama a MPB”, justifica João, para quem a dupla carioca Charles Möeller e Claudio Botelho acabou responsável pela melhoria da qualidade técnica do musical no Brasil.

Para João Fonseca, desde a opereta de Arthur Azevedo às revistas da Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, o musical conquista público no país. “É uma tradição brasileira: gostar do que é popular por natureza. É como o primo popular da ópera. Quer dizer, o musical na verdade é a ópera do século 20”, diz. O diretor só lamenta o distanciamento atual do gênero da TV brasileira, que também tem tradição no gênero. Diretor do humorístico 'Vai que cola', do canal a cabo Multishow, ele admite ter projeto para o veículo na área, mas que deverá guardar para 2016, diante dos atuais compromissos.

'O GRANDE CIRCO MÍSTICO'
Sexta, às 21h; sábado, às 20h; e domingo, às 19h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, Praça Sete, s/nº, Centro. Ingressos: Plateia 1A, R$ 150 e R$ 75 (meia-entrada); plateia 1B, R$ 120 e R$ 60 (meia); plateia 2A, R$ 100 e R$ 50 (meia); plateia 2B e 2C, R$ 50 e R$ 25 (meia). Informações: (31) 3201-5211.

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