Peça 'A toca do coelho' aborda temas delicados como a morte e a perda

Elenco conta com Reynando Gianecchini e Bárbara Paz

por Carolina Braga 29/08/2014 00:13

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João Caldas/Divulgação
(foto: João Caldas/Divulgação)
Abordar um tema delicado e difícil como a morte nem sempre é sinônimo de espetáculo melancólico ou dramático. A toca do coelho, em cartaz no Cine Theatro Brasil no fim de semana, pode ser um exemplo disso. Escrita pelo americano David Lindsay-Abaire – premiado com o Pullitzer, em 2007; roteirista dos filmes Oz: mágico e poderoso (2012) e A origem dos guardiões (2012) –, a peça fala de perdas e das distintas maneiras de viver o luto. Isso, sem deixar de lado a delicadeza e o humor.

Reynaldo Gianecchini e Bárbara Paz protagonizam a história de uma família que tenta se reerguer depois de enfrentar dolorosa perda. O único filho de Paulo (Giane) e Becca (Bárbara) morreu atropelado aos 4 anos. O modo bastante distinto como cada um enfrenta a dor é a força motriz do espetáculo. Paralelamente ao luto, há as personagens da irmã (Simone Zucato) e da mãe (Neusa Maria Faro) da protagonista, além do jovem responsável pelo acidente fatal (Rafael de Bona). O ator Dan Stullbach estreia como diretor.

Em 2006, A toca do coelho foi apresentada pela primeira vez na Broadway. A atriz e produtora Simone Zucato viu o espetáculo e decidiu fazê-lo no Brasil. Com o desejo de experimentar, escolheu para si não o papel da protagonista, mas o de Isa. “Ela é muito diferente de mim. Becca é muito linear, controlada, e sou desse jeito. A irmã, não. O bonito da Isa é que ela não espera nada de ninguém”, compara.

A toca do coelho estreou em São Paulo com a previsão de fazer temporada de três meses, mas ficou cinco em cartaz. Para Simone Zucato, a versão brasileira ressalta aspectos que nos caracterizam. “O latino é diferente do americano. Lá, tinha uma coisa mais distanciada. Aqui, apesar do luto, tem aquilo de a família não querer se dissolver. Há uma base feita de amor”, compara.

“O texto é belíssimo. A dor não está à frente dos afazeres, mas por trás disso”, elogia Bárbara Paz. Para ela, a sutileza da direção está em equilibrar climas emocionais variados. “Por trás da alegria, Dan conseguiu maquiar a dor”, explica a atriz.

Convite Atualmente em cartaz com outros dois espetáculos, Hell, em que contracena com o mineiro Paulo Azevedo sob direção de Hector Babenco, e Vênus, pelo qual está indicada ao Prêmio Shell de Teatro, Bárbara considerou irrecusável o convite para substituir Maria Fernanda Cândido em A toca do coelho.

A atriz comemora o fato de trabalhar pela primeira vez com Reynaldo Gianecchini, um desejo antigo, e de Becca obrigá-la a deixar a zona de conforto. Se as protagonistas de Hell e Vênus são mais expansivas, em A toca do coelho o aprendizado de Bárbara é outro. “A energia tem que estar no pé. Ela é uma mulher muito machucada, tenho de me conter muito. O desafio foi lidar com a minuciosidade, essa dor embutida”, conclui.

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