Lirinha, um dos fundadores do Cordel do Fogo Encantado, tem noite dedicada à poesia em BH

Entradas para 'Digas! %u2013 Poesia Eletrônica %2b Projeto Mortevida' são gratuitas

por Mariana Peixoto 13/08/2014 09:22

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Caroline Bittencourt/Divulgação
"A poesia representa minha primeira escola, foi com ela que comecei essa vida de arte" Lirinha, artista plural (foto: Caroline Bittencourt/Divulgação )
Foi por meio da poesia que Lirinha chegou à música. Primeiramente um espetáculo teatral, o Cordel do Fogo Encantado nasceu no fim da década de 1990 em Arcoverde, porta de entrada para o sertão pernambucano, e acabou se tornando uma das bandas mais cultuadas de sua geração. Os tempos são outros, o Cordel não existe mais.

Hoje em carreira solo – com um álbum lançado ('Lira', 2011) e um segundo em fase de produção –, Lirinha divide-se entre os universos da música e da poesia, que muitas vezes se tornam um só. Mas nesta quarta à noite, no Sesc/Palladium, é o Lirinha poeta que se revela em 'Digas! – Poesia Eletrônica + Projeto Mortevida', em que se apresenta ao lado do artista plástico Mozart Fernandes.

Mutante

Além de seus próprios escritos, Lirinha vai recitar poemas de Manoel Filó, Pinto do Monteiro, João Cabral de Melo Neto, Wally Salomão, Micheliny Verunschk e Alberto da Cunha Melo. “A poesia representa minha primeira escola, foi com ela que comecei essa vida de arte”, diz.

No palco, Lirinha vai disparar uma série de sons pré-gravados (são pelo menos 60 deles), que acabam dialogando com os poemas. Repetindo o que apresentou em maio na Virada Cultural de São Paulo, Mozart Fernandes vai pintar uma tela ao fundo enquanto Lirinha recita. “É um cenário mutante e depois da experiência da Virada estamos tentando estruturar mais o projeto para o conceito de um espetáculo.”

 Mesmo trafegando na poesia e na música, Lirinha vê cada expressão de uma maneira. “Música e poesia são criadas com objetivos diferentes, mesmo que uma melodia acabe sendo reveladora de uma letra que não nasceu com o objetivo de canção”, entende. “Mas creio numa poesia que é trabalhada para sua relação com o papel, inclusive existe um tipo de poesia que nem deseja ser falada em voz alta.”

A palavra escrita acabou gerando dois livros de Lirinha: Mercadorias e futuro, texto que acompanhava um espetáculo solo que ele encenou; e Garoto cósmico, adaptação do filme infantojuvenil de Alê Abreu. “Ao escrever esses livros, percebi a delicadeza e a exigência dessas artes, que são coisas muito diferentes da música”, conclui.

DIGAS! – POESIA ELETRÔNICA PROJETO MORTEVIDA
Com Lirinha e Mozart Fernandes. Nesta quarta, às 20h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Entrada franca (os ingressos deverão ser retirados duas horas antes do evento).

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