Espetáculo 'Thácht' estreia no Klauss Vianna carregado de humor negro e absurdo

Montagem é nova parceria entre o diretor Eid Ribeiro e o Grupo de Teatro Armatrux

por Mariana Peixoto 12/08/2014 09:08

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BRUNO MAGALHÃES/NITRO/DIVULGAÇÃO
Os preparativos para montar Thácht, que estreia quinta-feira, começaram a ser feitos há pelo menos um ano e meio (foto: BRUNO MAGALHÃES/NITRO/DIVULGAÇÃO)
Pela terceira vez atuando juntos em uma montagem, o Grupo de Teatro Armatrux e o diretor Eid Ribeiro desenvolveram sua própria maneira de trabalhar. 'Thácht', que estreia amanhã para convidados e quinta para o público no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, vem na esteira dos espetáculos De banda pra lua (2007) e No pirex (2009). Assim como nos trabalhos anteriores assinados por Eid, a nova peça utiliza elementos que estão na base da trajetória do grupo de Belo Horizonte – manipulação de objetos, boneco, circo, teatro físico –, mas também busca um avanço: leva a música para o centro do palco.

'Thácht' – palavra que aparece várias vezes ao longo do espetáculo, mas que não tem qualquer significado – é uma tragicomédia musical que aborda a vida de dois artistas, Rafa e Rufo, a partir de suas próprias recordações. Os dois apoiam-se no humor negro e no absurdo para desenvolver um diálogo. Em cena está somente um trio de atores: Cristiano Araújo, Rogério Araújo e Eduardo Machado. Além de Rafa e Rufo, há um terceiro personagem no palco, a diva transformista Siboney.

Quando os trabalhos entre Eid e o Armatrux se iniciaram, há mais de um ano e meio (o diretor costuma levar períodos extensos para a produção de uma montagem), a intenção era realizar espetáculo sobre Chaplin e Hitler, e o bigodinho característico que sempre identificou os dois. “Durante seis meses assistimos a todos os filmes de Chaplin e aos documentários sobre Hitler. Só que tivemos que adiar o projeto, procurar algo mais simples, com menos atores em cena”, conta Eid.

A pesquisa inicial, no entanto, acabou sendo aproveitada. Assim como um texto inédito de Eid, O cachorro de três pernas. “Aproveitei fragmentos desse texto, que traz dois velhos cômicos e foi criada a história dos personagens. Não é uma peça linear, tampouco um musical no sentido da palavra. Os fragmentos das memórias são intermediados por música ao vivo, ao piano, violino e canto.” Esta é a primeira vez que o diretor monta um musical – até então, só teve a experiência com uma montagem profissionalizante do Centro de Formação Artística do Palácio das Artes (Cefar), da Fundação Clóvis Salgado, inspirada em O casamento do pequeno burguês, de Brecht.

A música executada em cena vem da própria memória do diretor, coisas que fizeram parte da sua juventude: música brega, MPB, canções latino-americanas. Há também uma trilha original, assinada por Walner Lucas, que faz a direção musical do espetáculo. Para Eid, Thácht representa um aprofundamento de sua relação com o Armatrux e o teatro que o grupo produz. E a história não para por aí. Como já foi feita pesquisa para outro espetáculo, é de se prever que, no futuro, diretor e o grupo de teatro assinarão nova montagem. “O Armatrux é até o fim da vida”, finaliza.

THÁCHT – UMA TRAGICOMÉDIA MUSICAL
Com o Armatrux, sob a direção de Eid Ribeiro. De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, Avenida Afonso Pena, 4.001, Mangabeiras, (31) 3223-6756. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia).


SAIBA MAIS
VEM AÍ
Thácht é apenas uma das montagens em que Eid Ribeiro está envolvido. Ele pretende estrear, no fim de novembro, Bird, produção independente sobre a obra do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams. No elenco estão os atores Fábio Furtado, Cristiano Peixoto, Camila Moreno e Juliana Del Picchia. “São fragmentos da obra dele, contos, com música ao vivo, principalmente o jazz, já que ele era de St. Louis,” diz o diretor.

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