Nova revista sobre Solar, o primeiro super-herói mineiro, será lançada neste sábado

Personagem de 1996 renasce em nova saga de quadrinhos

por Walter Sebastião 25/07/2014 00:13

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REPRODUÇÃO
Criação do mineiro Wellington Srbek, Solar vira série e ganha lançamento semestral (foto: REPRODUÇÃO)
Solar, o primeiro super-herói mineiro, renasce amanhã, às 14h, na livraria Leitura Savassi, com o lançamento de nova revista sobre a saga dele. Se na primeira aparição, em gibi lançado em 1996, Gabriel Nascimento (o Solar) era adulto, agora, ele é um adolescente de 17 anos, um rapaz de vida comum que descobre que pode voar. Envolve-se, então, em aventura para desvendar seus poderes. A criação e recriação do personagem é do mineiro Wellington Srbek, que agora ganha desenhos do capixaba Abel Vasconcellos. A série terá uma nova história a cada semestre.

“Sempre gostei do Solar e achava que ele merecia nova chance, outra leitura, em cores, bem editada, com novos desenhos”, conta Wellington Srbek. “Ele é um herói brasileiro autêntico”, acrescenta, lembrando que os poderes do moço têm ligação com mitos indígenas. A história começa em Belo Horizonte e continua na Amazônia. O vilão continua sendo o professor Zarkan, um velho mago que acredita que o herói é o avatar de uma nova era. E a revista traz personagem novo: Beto, um leitor de histórias em quadrinhos que tenta convencer o amigo Gabriel de que ele é um super-herói.

Wellington Srbek conta que o número 2 de Solar já está escrito e sendo desenhado. O personagem, recorda, nasceu em 1994, mas só ganhou as páginas da revista a partir de 1996. Foram lançados, na época, 14 capítulos de 22 páginas, sete deles na revista Solar, e outros sete na Calibam. Ser um super-herói, observa o autor, reflete o gênero que ele mais gostava na época da juventude. “Mas também achava que não valia a pena ficar repetindo estereótipos norte-americanos. E fui atrás dos livros de Darci Ribeiro e dos irmãos Villas-Boas, que traziam informações sobre mitologias indígenas”, recorda.

“A nova Solar é menos experimental e mais autoral”, afirma Srbek. “Tem roteiro bem-escrito, a história flui melhor, os personagens estão mais bem construídos. Tirei excessos da primeira versão, que existiam devido à falta de experiência”, conta o escritor.

A revista está saindo pelo selo Mais Quadrinhos, criado para dar vazão aos projetos de Srbek. “Faço muita coisa, não dá para sair tudo pela Nemo”, brinca, lembrando a (poderosa) editora na qual trabalha como editor. “Tornei-me editor porque era o jeito de fazer quadrinhos no Brasil. Mas o principal, para mim, é criar HQ”, avisa.

Perfil

Wellington Srbek, de 39 anos, é mineiro de Belo Horizonte. É formado em história, com mestrado e doutorado pela UFMG na área de educação. É autor de álbuns como Histórias gerais, que receberam os principais prêmios de quadrinhos brasileiros. O escritor começou a atuar na área em 1993, editando fanzines. Mestres do ofício, para ele, são Jack Kirby, Moebius, Will Eisner, Hugo Pratt, Osamu Tezuka e Alan Moore, entre outros. “São os fundadores da linguagem”, reverencia. “Para mim, o fundamental nas histórias em quadrinhos é a narrativa. E todos esses criadores inovaram nesse aspecto. Aprendi a fazer quadrinhos lendo e estudando o que eles fizeram”, conta.

SOLAR – A ORIGEM
Lançamento da revista de Wellington Srbek, Abel Vasconcellos e Cleber Campos. Amanhã, às 14h. Livraria Leitura Savassi, Avenida Cristovão Colombo, 167, Savassi. Entrada franca. A publicação tem 56 páginas, capa cartonada, formato 19cm x 28cm e custa R$ 19,90.

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