Festival de Inverno da UFMG retorna a Belo Horizonte após 22 anos

Julho vai ser de intensa programação cultural em festivais por todo o estado

por Ailton Magioli 16/06/2014 08:12

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Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
O grupo Clowns de Shakespeare, do Rio (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Na expectativa da volta do Festival de Inverno a Belo Horizonte, depois de 22 edições itinerantes, a diretora de ação cultural da UFMG, Leda Martins, gosta de usar uma metáfora para ilustrar a situação. “É o navio que parte, vai conhecer outras territorialidades e à casa retorna”, compara. Ela salienta que a decisão da volta da principal atividade cultural da universidade mineira à capital – depois de passagens por Ouro Preto, Diamantina, São João del-Rei e Poços de Caldas – foi tomada pela gestão anterior à dela, cuja posse ocorreu há apenas três meses.
 
Em ano de Copa do Mundo e eleições, os festivais de inverno voltam a se transformar em opção de estudo, lazer e cultura, no interior e na capital, atraindo a atenção de milhares de pessoas para uma agenda de eventos que vai da música à ciência, passando pelo teatro, cinema e vídeo. Além do ano atípico, muitos festivais tiveram de adaptar seu calendário diante do registro de greves que atingem os campi universitários. No entanto, pelo menos os principais eventos tiveram tempo necessário para se programar.


O Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), tem expectativa de atrair às duas cidades cerca de 170 mil pessoas, entre 4 e 20 de julho. Para tanto, a Ufop convocou atrações nacionais e internacionais, como os dançarinos Min Tanaka (butô japonês) e Rahul Acharya (odissi indiano) e os músicos Renato Borghetti e o cubano Paquito D’Rivera. O festival integra ainda em sua programação mostras de artes visuais, exibição de filmes, shows, concertos e mesas-redondas.

Na tentativa de fortalecer o conceito do evento, de acordo com o coordenador-geral, Rogério Santos, este ano foi eleito o tema “Entrecorpos”, por meio do qual o festival pretende trabalhar o corpo e suas relações. Outra preocupação dos organizadores é resgatar a importância das oficinas, que serão realizadas de forma descentralizada nos distritos da região. Estão programadas 59 oficinas em vários campos do saber e da expressão artística.

“O nosso calendário já estava estabelecido em função da greve de 2012”, revela Gustavo Lacerda, gerente do Inverno Cultural de São João del-Rei, salientando que com ou sem movimento reivindicatório, o festival da cidade da região do Campo das Vertentes ocorre. “Tradicionalmente, em período de férias”, acrescenta. Estendido agora a outras cidades da região, este ano, além de São João del-Rei (19 de julho a 2 de agosto), o Inverno Cultural vai ser realizado ainda em Divinópolis (14 a 28 de julho), Sete Lagoas (19 a 23 de julho) e Ouro Branco (23 a 27 de julho),

Maior programa de extensão da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), que viabiliza o festival por meio das leis de incentivo à cultura, este ano o Inverno Cultural terá como principal atração o cantor Gilberto Gil, que irá se apresentar em Sete Lagoas (23/7), Divinópolis (24/7), São João del-Rei (palestra em 25/7 e show em 26/7) e Ouro Branco (27/7). José Miguel Wisnik (Ouro Branco, São João e Sete Lagoas), Arnaldo Antunes e Vander Lee (Barroso), Raimundos (palestra e show) e João Bosco (São João del-Rei) também estão na agenda, que prevê 120 oficinas de formação e qualificação, em 10 cidades.

 

Leo Aversa/Divulgação
Gilberto Gil faz shows e participa de debates no circuito do Inverno Cultural de São João del-Rei (foto: Leo Aversa/Divulgação)
 

 

Eixos Com previsão de divulgação da programação para esta semana, o Festival de Inverno da UFMG, como explica o coordenador-geral César Guimarães, vai girar em torno de três eixos – o saber das culturas afrodescendentes, indígenas e urbanas em três faixas de programação: encontros temáticos (“As retomadas das terras indígenas”, “As ocupações culturais e urbanas”, “A mobilidade urbana”, “A Biodiversidade”, “As mídias públicas e livres”, “As relações entre o câmpus e a cidade” e “As manifestações culturais urbanas”, entre outros), atividades dos grupos de trabalho e shows e espetáculos em geral.

Restrito ao câmpus Pampulha, onde o público terá acesso a todos os eventos, o 46º Festival de Inverno da UFMG também não foi afetado pela Copa, segundo o coordenador, já que normalmente é realizado na segunda quinzena de julho. “A grande mudança é a saída de Diamantina, retornando à capital”, relata César Guimarães. Ele lembra que o evento será realizado uma semana depois da Copa do Mundo.

Viabilizado com recursos próprios (R$ 650 mil), na nova edição, de acordo com diretora de ação cultural da UFMG, Leda Martins, o evento pretende compartilhar o leque de experiências pelas quais passou nos 22 anos em que esteve fora da capital. “Vamos colocar o festival na roda para que ele seja repensado”, antecipa Leda, não afastando a hipótese de, já em 2015, o evento voltar à itinerância.

Para compensar a perda abrupta do Festival de Inverno da UFMG, a Prefeitura de Diamantina anuncia a realização da 1ª Semana de Inverno da cidade do Vale do Jequitinhonha, de 13 a 20 de julho. “Os diamantinenses sempre almejaram a chegada da data do festival. Daí a realização do novo evento, para que a cidade não sofra grandes perdas”, avalia Ricardo Luiz Souza, da coordenação de ação cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Diamantina, que vive na expectativa da volta do evento à cidade. Trio Amaranto (BH), a Cia. Clowns de Shakespeare (RN) e outras atrações estão na agenda.

Colonial Já Poços de Caldas anuncia o 20º Julho Fest, com atrações que vão do Teatro Mágico (abertura, em 11/7) a Oswaldo Montenegro (encerramento, em 27/7). Sob o tema “Poços de Caldas uma cidade cultural”, o evento terá cerca de 200 atrações, nas áreas de música, dança, teatro e literatura.

No Norte de Minas, a Universidade de Montes Claros (Unimontes) inaugura o Festival de Inverno de Grão Mogol e Circuito Lago de Irapé, com programação em 12 cidades da região. Localizada a 150 quilömetros de Montes Claros, a histórica Grão Mogol também irá sediar um Festival da Canção, dentro da programação do evento.

Finalmente, Juiz de Fora, na Zona da Mata, anuncia concerto da Orquestra Sinfônica de Heliópolis na abertura do 24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, que terá concertos em igrejas, teatros e parques. Um dos mais importantes eventos do gênero no país, que atrai instrumentistas e estudantes do Brasil e do exterior, o festival será realizado de 14 a 28 de julho

De Norte a Sul

>> De 4 a 20 de julho
Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana

>> De 6 a 27 de julho
40º Festival de Inverno de Itabira

>> De 10 a 20 de julho
1º Festival de Inverno de Grão Mogol e Circuito Lago de Irapé

>> De 11 a 27 de julho
20º Julho Fest de Poços de Caldas

>> De 14 a 28 de julho
24º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora

>> De 18 a 26 de julho
46º Festival de Inverno da UFMG – Belo Horizonte

>> De 19 de julho a 2 de agosto
27º Inverno Cultural de São João del-Rei

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