Arte latino-americana é tema de exposição em Nova York

Artistas mineiros radicados no exterior tem obras na mostra

por Walter Sebastião 12/06/2014 09:11

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In Press Porter Novelli/ Divulgação
Trabalho da artista plástica mineira Rivane Neuenschwander que está na exposição em Nova York (foto: In Press Porter Novelli/ Divulgação)
'Sob o mesmo sol: arte da América Latina hoje' é o nome da exposição que será aberta amanhã, no Museu Solomon E. Guggenheim, em Nova York. A curadoria é do mexicano Pablo León de la Barra e a mostra reúne 37 artistas de 16 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru, Porto Rico (Estados Unidos), Uruguai e Venezuela. Os trabalhos passam a integrar o acervo permanente da instituição. “Vivemos um momento sem precedentes na história da coleção e espero que seja o início de um novo compromisso com a América Latina”, observa Pablo León.

Os brasileiros na exposição são Jonathas de Andrade (Recife), Tamar Guimarães (nasceu em BH, mas que vive e trabalha em Copenhague), Rivane Neuenschwander (também de BH mas instalada em Londres), Adriano Costa (São Paulo), Carl Zaccagnini (argentino que vive em São Paulo), Dominique González-Foerster (francesa que vive entre Paris e Rio de Janeiro) e Paulo Bruscky (Recife). A mostra é parte do projeto Guggenheim UBS MAP Initiative, cujo objetivo é “redesenhar mapas artísticos e culturais, eliminar fronteiras e criar novas relações entre os diferentes centros artísticos”.

“A arte latino-americana hoje nos dá oportunidade de redesenhar os mapas culturais e artísticos do continente e criar novas relações entre os diferentes centros. O termo ‘periferias’ já não se aplica, aprendemos a reconhecer que o que está ocorrendo em outros lugares do mundo é tão importante quanto o que está ocorrendo onde costumavam estar os centros globais. Quanto mais diálogo, mais possibilidade de criar outras formas de pensar”, explica Pablo León de la Barra. Como as obras vão ser adquiridas, o trabalho de organização da mostra foi feito em diálogo com a equipe da instituição, que fez sugestões nas escolhas.

Para o curador Pablo de Leon de la Barra, nos últimos 10 anos, não existe uma arte latino-americana, mas coexistem várias. “E, dentro de alguns países, por sua vez, coexistem vários centros de produção de arte com cenas emocionantes em desenvolvimento”, observa. O exemplo deste último aspecto, aponta o curador, pode ser o Brasil, onde se pode encontrar boa arte, “e artistas lidando com seus contextos particulares”, no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Belém. “É muito positivo ver microrrevoluções ocorrendo em cidades diferentes, artistas e curadores trabalhando para colocá-las em diálogo e criar redes de colaboração”, observa.

O Guggenheim, conta Pablo León, tem em seu acervo obras importantes da América Latinareunidas ao longo do tempo. E continua expandindo coleção dedicada à produção contemporânea desta parte do mundo. Um programa de aquisição adquiriu, em maio, 50 obras de 40 artistas. Ações que são parte de envolvimento da instituição com a produção latino-americana, iniciada com The emergent decade: Latin American painters and painting in the 1960 (A década emergente: os pintores e a pintura na América Latina na década de 1960), exposição organizada pelo então diretor do Guggenheim em 1964.


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MARIA TEREZA CORREIA/EM/D. A PRESS
(foto: MARIA TEREZA CORREIA/EM/D. A PRESS)
 

 

Há mais mineiros participando, no momento, de mostras, importantes, no exterior. Lygia Clark (1920-1988) é tema de retrospectiva, com mais de 300 obras, no Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA), aberta ao público até agosto. A mostra Imagine Brazil, também até agosto, no Museu de Arte Contemporânea de Lyon (França), tem obras de Pedro Moraleida, Marilá Dardot, Cinthia Marcelle, Paulo Nazareth, Marcellvs L. (foto – radicado na Alemanha), Sara Ramos (espanhola formada em BH) e Rivane Neuenschwander.

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