Prestigiados escritores da nova geração participam de evento aberto ao público em BH

O carioca Raphael Montes, que conquistou reconhecimento internacional aos 24 anos, e o paulistano Santiago Nazarian vão conversar com o público no projeto Sempre o papo

por Carlos Herculano Lopes 07/06/2014 00:13

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Bel Pedrosa/Divulgação
'Raphael Montes certamente irá redefinir a literatura policial brasileira', escreveu Scott Turow (foto: Bel Pedrosa/Divulgação)
Dois autores da nova geração da literatura brasileira que vêm conquistando espaço entre os leitores e a crítica especializada, estarão segunda-feira em Belo Horizonte, participando do projeto Sempre um papo. Na ocasião o paulistano Santiago Nazarian e o carioca Raphael Montes vão conversar com o público e autografar seus novos romances Biofobia e Dias perfeitos, respectivamente.

Com apenas 24 anos, Raphel Montes surge como um autor maduro. Quatro anos atrás, já havia surpreendido com o romance Suicidas, com o qual ficou entre os finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria autor estreante. Não parou mais e, agora, com Dias perfeitos, volta a chamar a atenção, inclusive no mercado internacional.

Vem de Scott Turow, um dos mais celebrados autores de romances de suspense e de histórias de tribunal, o mais derramado elogio ao moço: “Raphael Montes está entre os mais brilhantes ficcionistas jovens que conheço. Ele certamente irá redefinir a literatura policial brasileira”, escreveu.

Outro que não poupou louvores a Raphael foi o veterano Luiz Alfredo Garcia-Roza, psicanalista e respeitado autor brasileiro do gênero policial, criador do célebre delegado Espinosa. Para Garcia-Roza, Montes, com Dias perfeitos, ofereceu ao público um thriller digno de um autor veterano na cena do crime. Sem deixar de lado a forte marca psicológica que perpassa a narrativa.

Negativo

Treze anos mais velho que Raphael Montes, autor de Mastigando humanos e Pornofantasma, entre outros livros, Santiago Nazarian não deixa por menos. Em Biofobia, um dos seus livros mais maduros, ele também percorre os caminhos do suspense e, com linguagem vertiginosa, conta a história de um roqueiro de meia-idade, que botou para quebrar na juventude. Com o suicídio da mãe, ele é obrigado a enfrentar seus fantasmas, enquanto a natureza, com a qual convive numa casa de campo, vai cobrando seu preço.

Feliz com o resultado, nem por isso o escritor perde seu estilo, entre irônico e exigente consigo mesmo. “Sou meio suspeito para julgar meu próprio livro, fica meio esquisito. Mas como é o mais recente, sempre acho que é o melhor. É o meu primeiro romance adulto e creio que dei um salto bem grande na minha carreira como escritor”, avalia Nazarian. E completa: “Estou feliz com a minha infelicidade”.

Para o autor de Biofobia, alguns romancistas tendem a idealizar a vida e os personagens, dando poder extremo à literatura, inclusive de conquista da felicidade. Para ele, a história é outra. “No meu caso, como trabalho no registro do negativo, quando escrevo, acabo tendo uma existência pior do que a minha. E isso, de certa forma, é um alívio e tanto”, afirma. As histórias de Santiago Nazarian, com sua queda para a distopia, confirmam a avaliação do autor acerca de sua própria obra.

Se depender de Rapahel e Santiago, o futuro da literatura brasileira de suspense – um gênero muito mais difícil do que parece à primeira vista – está em boas mãos.

Sempre um papo
Lançamento dos livros Biofobia, de Santiago Nazarian, e Dias perfeitos, de Raphael Montes. Segunda-feira, às 19h30, na Sala Juvenal Dias, do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537. Entrada franca. Informações: (31)3261-1501.

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