Musical ajuda a resgatar a tradição do teatro de revista

'1958 - A bossa do mundo é nossa' entra em cartaz no Teatro Sesiminas

por Walter Sebastião 16/05/2014 06:00

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Silvana Marques/Divulgação
O espetáculo '1958 - A bossa do mundo é nossa' fica em cartaz apenas dois dias na capital mineira (foto: Silvana Marques/Divulgação)
No ano de 1958, o Brasil experimentava emoções fortes. O cantor João Gilberto lançou o compacto Chega de saudade, que criaria a internacionalmente celebrada bossa nova. Adalgisa Colombo foi eleita Miss Brasil e ficou em segundo lugar no Miss Universo. O projeto da construção de Brasília, a nova capital, estava a todo vapor. E a Seleção Brasileira ganhava pela primeira vez a Copa do Mundo, vencendo a Suécia na final por 5 a 2. São exatamente os cinco gols do Brasil que pontuam as etapas de viagem proposta pelo musical 1958 – A bossa do mundo é nossa, em cartaz amanhã e domingo, no Sesiminas. O texto é inspirado no livro de Joaquim Ferreira dos Santos.


“É menos uma história e mais uma visita a um Brasil feliz”, explica o diretor André Paes Leme. O público vai acompanhar os acontecimentos guiado por três personagens. A primeira é uma fã de cantores do rádio, que sai de Minas Gerais para falar com o ídolo dela, no Rio de Janeiro – “era o tempo das chamadas pejorativamente de macacas de auditório”, observa o diretor. Outra personagem é uma dona de casa que vai se desquitar e tem que arrumar o primeiro emprego, uma deixa para falar tanto dos primórdios da libertação da mulher, entre ouitros temas. A terceira figura é uma cantora de boate, que se relaciona com um político e vai para Brasília.

“É teatro leve, alegre, engraçado, que mostra uma época”, explica Paes Leme. Encenado por seis atores que cantam e três músicos, com projeções de vídeo desenhando lugares, situações e tipos, 1958 – A bossa do mundo é nossa é o quinto musical que Paes Leme dirige. O mais recente é dedicado ao cantor Ciro Monteiro. O mais antigo, Forrobodó. Entre um e outro, perfis do campositor Candeias e do ator Grande Otelo. “Existem diversos tipos de teatro musical, o da Broadway é só um deles. Meu trabalho é mais intimista, mais teatral”, esclarece. Com relação às pesquisas brasileiras na área, Paes Leme explica que a era de ouro do musical brasileiro é o teatro de revista feito dos anos 1920 até o final de 1950.

“Hoje há uma nova pesquisa, observando como o público interage com o gênero. O primeiro momento é transposição de modelos, mas aos poucos começam a descoberta de um caminho próprio”, destaca, achando positiva a movimentação na área. “Isso potencializa o ator, muito exigido no musical, que cobra habilidade físical e vocal. Mas está havendo um certo enrijecimento da interpretação, feita a partir do canto e da coreografia, que tem levado à perda de personalidade”. Na opinião de Paes Leme, fica a sensação de que musical é gênero ultrapassado, que depois de ver um todos os outros são iguais. “Por isso, quando alguém foge do formato Broadway é ótimo. Além de cantar e dançar, o ator tem que estar em cena com personalidade”, afirma.

1958 – A BOSSA DO MUNDO É NOSSA
Musical dirigido por André Paes Leme, com Andrea Veiga, Bianca Byington, Daniela Fontan, Diego de Abreu, Leandro Castilho e Mateus Lima. Sábado, às 20h; domingo, às 19h, no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Ingressos entre R$ 25 e R$ 60. Informações: (31) 3241-7181.

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