FILE apresenta trabalhos de artistas brasileiros e estrangeiros em BH

Festival reúne vídeos, instalações e animações no Oi Futuro. Trabalhos propõem diálogo com o público

por Mariana Peixoto 29/04/2014 10:11

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File/Divulgação
Na instalação 'Reler', de Raquel Kogan, os volumes se combinam para criar novas histórias e sentidos (foto: File/Divulgação)
Criado em 2000, em São Paulo, o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – File ganhou ao longo deste tempo, edições em diferentes cidades brasileiras, bem como versões internacionais. Em Belo Horizonte pelo segundo ano consecutivo, o File apresenta no Oi Futuro, até 1º de junho, seis instalações e uma mostra de vídeos (56 animações de artistas brasileiros e estrangeiros) que propõem diferentes leituras para a arte e a tecnologia. “A seleção traz os trabalhos mais inovadores da arte eletrônica, aqueles que dialogam com várias linguagens. O critério é o da diversidade”, afirma Ricardo Barreto, criador e um dos curadores do evento.


Das seis instalações que estão na mostra do Oi Futuro, três são inéditas, como a mineira EscadaAdentro, de Thembi Rosa, Lucas Sander e Paula Santos. A versão original, um site specific, nasceu há dois anos, para o trabalho Parâmetros em movimento, apresentado por Thembi na Galeria Mari’Stella Tristão, no Palácio das Artes. “O canto da galeria tem uma escada de emergência, então, como estava trabalhando uma movimentação superlenta e bem rastejante, criei com o Lucas essa instalação. Ele filmou o movimento no chão de mármore e fomos gravando e projetando na escada. Isso cria a ilusão de um movimento suave e contínuo, impossível de realizar na escada”, conta a performer. Para a versão do File, foi construída uma escada e nela os movimentos são apresentados. “Ou seja, o trabalho não fica mais preso ao site specific, vira uma obra independente”, completa Thembi.

Nunca apresentada antes é a obra Simulacra, da polonesa Karina Smigla-Bobinski. “São quatro TVs danificadas que têm um acetato. Você só consegue ver alguma coisa quando coloca lentes de aumento na frente delas, onde aparecem fragmentos de corpos”, explica Barreto. O terceiro inédito é Syn-Phon, de Candas Sisman, da Turquia, onde são apresentadas as relações entre sons de instrumentos como violoncelo e trompete e o ambiente gráfico das timelines dos computadores. “Quando a pessoa passa por ela, ouve-se uma música que está sincronizada com o desenvolvimento do desenho”, conta o curador. Ou seja, a obra muda de acordo com o movimento do próprio visitante.

SENSAÇÕES Os trabalhos do File são tanto para o olhar quanto para o sentir. Um bom exemplo é a instalação Túnel, dos paulistas Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti. O público deve percorrer uma escultura cinética, um túnel metálico. “O solo é instável, então quando as pessoas andam, têm diferentes sensações”, diz Barreto. Outro trabalho que demanda uma ação do espectador é Reler, de Raquel Kogan. Cinquenta livros estão numa estante na penumbra. Ao pegar um volume, ele começa a contar uma história, que poderá ser combinada com outros livros. A narrativa vai depender de quantos e quais livros o espectador abrir. “E o nexo, cada um vai preencher.”

Ricardo Barreto assina a sexta obra, Martela, criada em parceria com a artista Maria Hsu. Um robô tátil lembra a forma de uma cama formada por 27 motores. Uma vez que o visitante deitar sobre ele, vai receber estímulos. “O paralelo do instrumento robótico que criamos seria com a música. Só que a composição musical é para o ouvido, e a nossa é para o corpo. Ao se deitar, a pessoa vai construindo relações formais a partir do tato”, explica. O File BH é o primeiro de 2014. Depois da edição mineiras serão realizadas as versões do Rio e de São Paulo.

FILE BH
Até 1º de junho no Oi Futuro, Avenida Afonso Pena, 4.001, Mangabeiras, (31) 3229-3131. De terça a sábado, das 11h às 21h, e domingos, das 11h às 19h. Entrada franca. 

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