Ferreira Gullar abre Festival falando sobre militância e ditadura

Escritor falou na abertura do Festival Literário de Poços de Caldas. Tema do evento de 2014 é o cinquentenário do golpe militar de 1964

por Carlos Herculano Lopes 28/04/2014 08:10

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Bruno Alves/divulgação
Os escritores Luiz Ruffato e Antônio Geraldo Ferreira discutiram o seu ofício (foto: Bruno Alves/divulgação)
Poços de Caldas –
“A luta armada era tudo o que a ditadura militar queria”, afirmou o poeta Ferreira Gullar ao abrir o Festival Literário de Poços de Caldas (Flipoços) e a Feira Nacional do Livro, sábado à noite, na estância hidromineral sul-mineira. Homenageado do evento, cujo tema é o cinquentenário do golpe de 1964, o escritor falou para um Teatro da Urca lotado.

Gullar arrancou risadas da plateia ao contar que ingressou no Partido Comunista, logo em seguida ao golpe, porque não teve outra opção. “Já que teria mesmo de passar a viver na clandestinidade, como ocorreu, vi que o melhor lugar era ali, pois comunistas já estão acostumados a esse tipo de situação”, disse o poeta. Em 1968, ele foi preso pelo governo militar e deixou o país em 1971.

O escritor explicou que era contra a luta armada desde o início da ditadura. “Quem defendia pegar em armas tinha toda a razão, só que não estava certo, pois não havia possibilidade de vitória. Como vencer o Exército, a Aeronáutica e a Marinha ao mesmo tempo? Aquilo seria loucura, como a realidade mostrou. A luta armada só favoreceu o regime, que endureceu ainda mais, principalmente a partir de 1968, com a implantação do AI-5, que acabou de vez com o que restava de liberdade”, afirmou o poeta. Gullar ressaltou que o golpe causou um grande mal ao país e as consequências disso são sentidas até hoje.

Outro evento concorrido do Flipoços foi a mesa-redonda com os escritores Luis Ruffato e Antônio Geraldo Figueiredo Ferreira. “Em meus livros, procuro fazer uma reflexão sobre o nosso tempo, o nosso país”, afirmou Ruffato.

Teen

Autora de best-sellers para jovens, a mineira Paula Pimenta atraiu centenas de adolescentes em sessão de autógrafos no sábado à tarde. “Conhecer a Paula e tirar foto com ela foi a melhor coisa que me aconteceu”, disse Mariana Guimarães, de 15 anos, exibindo orgulhosamente seu exemplar de 'Fazendo meu filme 1' autografado.

Paula está acabando de escrever 'Minha vida fora de série', que será lançado em outubro. “Em maio sai Princesa adormecida, a minha versão para a história da Bela Adormecida. Em agosto, lanço 'Fazendo meu filme' em quadrinhos”, informou ela. O evento será encerrado no domingo. Os organizadores esperam atrair 50 mil visitantes.

O repórter viajou a convite da organização do Flipoços.

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