O auditório não funciona desde janeiro de 2013, quando telhado e forro foram danificados depois de uma forte chuva. Em agosto do ano passado, um bloco de salas de aula, com dois pavimentos, apresentou rachaduras na laje do primeiro piso. O espaço teve de ser interditado depois da vistoria de engenheiros da Secretaria de Estado da Educação. Suspeita-se que as rachaduras foram causadas por falhas na construção do prédio, inaugurado em 2007.
Sandra Borborema, vice-diretora da instituição, revela que a interdição do auditório e das salas traz transtornos para professores e alunos. A falta de espaço físico adequado prejudica a aprendizagem, adverte ela. Para evitar a interrupção das atividades, o jeito foi improvisar. Alunos aprendem na cantina, na antiga sala dos professores e na biblioteca. O espaço ao ar livre no pátio, que servia como teatro de arena, recebeu tendas para abrigar os estudantes.
O professor de música Raphael Milo está preocupado. “Sem o auditório, o estudante se vê impedido de ensaiar e de se apresentar no palco, atividades fundamentais para a formação de qualquer músico”, afirma.
Carla Patrícia Rodrigues, de 20 anos, estuda violão no Lorenzo Fernandez. De acordo com ela, o espaço inadequado interfere na concentração dos alunos. “Fora da sala a aula é tumultuada. A gente acaba ficando dispersa”, reclama.
Vistoria Quinta-feira, professores, funcionários e pais de alunos participaram de ato público para reivindicar providências. A passeata percorreu ruas do Bairro São Luís, onde fica o conservatório, até a Praça Doutor Carlos, no Centro. No mesmo dia, uma equipe de engenheiros do Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop) vistoriou a sede da escola.
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52 anos de luta
O carioca Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948) trocou a faculdade de medicina pela música. Aos 20 anos, o compositor (foto) venceu concurso nacional com a peça O trio brasileiro, chamando a atenção de Mário de Andrade. Respeitado maestro, ele compôs obras sinfônicas, camerísticas e para canto e piano. Sua filha, Maria Helena, mudou-se para Montes Claros em 1947 para acompanhar o marido, Joaquim Alves da Silva. Professora de piano, ela fundou o Conservatório Municipal de Música em 1961 – um ano depois, a instituição foi estadualizada. Com 3,8 mil alunos, a escola oferece cursos de canto, clarinete, flauta, bateria, piano, saxofone, violão, violino, violoncelo, teclado e trompete.