Seis pintores e um gravador abrem as portas de seu ateliê coletivo no Bairro São Lucas

Público terá contato com o processo de criação, além de conhecer novas obras

por Walter Sebastião 18/01/2014 00:13

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Alessandro Lima
Gravura de Alessandro Lima exposta no projeto Verão no Ateliê, que integra a programação do VAC (foto: Alessandro Lima)
Um ateliê abre suas portas para receber o público das 10h às 20h de hoje: o Rio Doce 257. O nome se refere ao endereço da casa no Bairro São Lucas onde trabalham o gravador Alessandro Lima e cinco pintores: Elenir Tavares, Henrique Detomi, Mário Arreguy, Rafael Zavagli e Virginia Braccini. O grupo trabalha também com outras linguagens, especialmente o desenho.

Os visitantes poderão conferir cerca de 50 obras, que ocupam todos os espaços do imóvel – sala, copa e quartos. Todas estão à venda, com preços variando de R$ 100 a R$ 20 mil. “Não é festa, mas vai ter um cafezinho”, brinca Rafael Zavagli. A exposição integra a programação da oitava edição do Verão Arte Contemporânea (VAC).

O espaço, que funciona há quatro anos, foi implantado pelo pintor Alan Fontes, que já não está mais lá. Com o passar dos anos, ganhou novos inquilinos. Não se trata de um coletivo de artistas. A empreitada surgiu da luta contra os aluguéis caros, solucionada com a divisão de despesas. “É uma experiência boa. Cada um tem o seu horário. Se você precisa de uma opinião sobre o que está fazendo, encontra”, conta Alessandro Lima, de 33 anos, o “novato” do ateliê – entrou no ano passado.

A proposta é cada artista mostrar o que quer e expor trabalhos recentes. “A exposição terá muita pintura, com visualidade de forte carga contemporânea e grande peso poético e emocional”, conta Lima. Cada autor tem o seu enfoque: da busca de elementos que trazem estranheza ao cotidano à exploração de massas pictóricas. Há trabalhos de todos os tamanhos (inclusive em grandes escalas) com motivos variados.

BATE-PAPO Rafael Zavagli diz que a mostra oferece oportunidade para conhecer o processo de trabalho dos artistas, pois os visitantes podem conversar com eles. “O ato de pintar é tão importante quanto o resultado”, observa. “Ateliê traz visão mais real da arte. Revela os perrengues, o que não dá certo, os detalhes. Traz uma visão menos romântica, menos clichê, da nossa atividade”, observa.

Espaços coletivos permitem a troca de pontos de vista e vivências que amenizam uma atividade solitária. “Você tem contato com novas ideias e não fica tão fechado”, diz Zavagli. Alessandro Lima concorda: “Na galeria, vê-se um recorte específico do realizado, selecionado ou com curadoria, o que é bom. No ateliê, você tem visão mais livre do que o artista realiza e das pesquisas dele, conhece trabalhos ótimos, que, às vezes, o autor nunca vai mostrar”, afirma.

Alessandro exibirá gravuras em metal em que foram empregadas várias técnicas. Vai expor trabalhos realizados em 2005 e outros mais recentes.


ATELIÊ RIO DOCE 257
Pintura e gravura. Hoje, das 10h às 20h. Rua Rio Doce, 257, Bairro São Lucas. Entrada franca.

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