Peça marca aniversário de parceria entre grupo de teatro e coral

Espetáculo Presente de vô, que tem apresentação neste domingo, no Sesc Palladium, marca os 15 anos da parceria entre o grupo de teatro Ponto de Partida e o coral Meninos de Araçuaí

por Carolina Braga 08/12/2013 00:13

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Guto Muniz/Divulgação
Montagem do Ponto de Partida reúne no palco atores, cantores e a músicos, que mesclam referências brasileiras e africanas a partir de enredo do moçambicano Mia Couto (foto: Guto Muniz/Divulgação )

Como o período festivo está praticamente aí, a diretora Regina Bertola garante que o novo espetáculo do Grupo Ponto de Partida é um presente oportuno. É bom registrar que o entusiasmo com o trabalho é uma característica que a criadora carrega consigo. Aliás, o encantamento com a linguagem teatral e as misturas com a música marcam a linguagem da trupe de Barbacena. A nova peça, Presente de vô, em cartaz hoje, no Sesc Palladium, é coerente com a trajetória de 30 anos da companhia.

“É um espetáculo que está nascendo, então ele tem o frescor de água de mina. Visualmente é impactante e a música é muito bonita. Toca a memória afetiva de todos nós”, diz a diretora. A montagem marca os 15 anos da parceria do Ponto de Partida com os Meninos de Araçuaí. O espetáculo é, na verdade, a síntese da coleção de quatro discos feita com a participação especial do grupo Pau Brasil.

Somando o elenco do Ponto de Partida e o coro, serão 50 pessoas no palco para contar a história da oficina fantástica do velho Cambeva. É o local onde ele restaura suas memórias, lembranças e um realejo espera o dia de voltar a funcionar. A trama do musical se inspira na literatura do moçambicano Mia Couto. Diferentemente de outras montagens do mesmo gênero, pela primeira vez foi o texto que ditou a escolha do repertório. “Todos os personagens trabalham com a questão da memória. Tem catador de lembrança, sonho ambulante. Eles habitam e tomam posse dele”, adianta Regina.

Discos O repertório é formado por 44 faixas, aquelas consideradas as mais representativas dos discos A oficina do Cambeva, Zalém e Calunga, Temporina já foi menina?, Zalém e Calunga e Sonhambulantes. Clássicos do cancioneiro nacional, como Bola de meia, bola de gude, de Milton Nascimento, e Andar com fé, de Gilberto Gil, convivem com cantigas de rodas e músicas em tupi-guarani. “A proposta dos CDs é resgatar a ancestralidade da nossa música. Já tinha feito isso com Viva o povo brasileiro, mas agora partimos para uma pesquisa mais distante. São cantigas em guarani, em dialetos africanos”, completa a diretora. Presente de vô, o espetáculo, tem música incidental executada ao vivo.

Apesar de os arranjos terem sido elaborados pelos paulistanos do Pau Brasil na Bituca, escola mantida pelo Grupo Ponto de Partida em Barbacena, o grupo não participa da turnê. A afinação da turma de Araçuaí é algo que chama a atenção da diretora. “A avaliação que faço é que são vários meninos, muitas gerações, mas a qualidade do coro não se altera. Você vê um trabalho sistematizado. Não depende da ‘safra’ de artistas”, comenta Bertola.

A encenação de Presente de vô é simples. O cenário e figurino, ambos criados em parceria com Alexandre Russet e Tereza Bruzzi, é composto por panos. Os tecidos se transformam em vestidos de noiva, arco-íris e outras lembranças que pontuam a trama.

Presente de Vô
Hoje, às 18h, no Grande Teatro do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).

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