Esculturas de Leopoldo Martins são expostas em diversos espaços da Praça da Liberdade

Artista plástico revela formas femininas sensuais em 55 trabalhos a partir desta quinta-feira

por Walter Sebastião 24/10/2013 09:13

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Fotos: Jomar Bragança/Divulgação
(foto: Fotos: Jomar Bragança/Divulgação)
As formas femininas são motivo das esculturas que Leopoldo Martins, de 52 anos, apresenta a partir de hoje em vários espaços da Praça da Liberdade – jardins do Palácio da Liberdade, hall do Museu das Minas e do Metal, pátio interno do Memorial Minas Gerais Vale. São 55 peças, bronzes realizados entre 2007 e 2013 – em alguns casos apresentando a mesma obra em mais de um tamanho. “Não são imagens sexuais, mas sensuais, elegantes. Trabalho mais a forma geral da mulher do que detalhes”, conta o artista. Vai estar na exposição uma leoa da série Grandes felinos, que tornou o artista muito conhecido. A simplificação das formas e a sensualidade, acrescenta Martins, são pontos comuns entre as duas séries. A mostra foi batizada de Musas – 'Uma mulher dos novos tempos'.

Leopoldo Martins começou a fazer esculturas incentivado por Sônia Ebling (1918-2006). Ela viu joias feitas por ele e disse que pareciam esculturas. Sônia recomendou que Marins tivesse como tema algo que gostasse e ainda fundiu, na oficina dela, uma peça do mineiro. Nascia a série 'Grandes felinos', segundo o artista, dando corpo à paixão de infância. A primeira exposição das obras foi no Museu Nacional de Belas Artes (RJ). “Querendo me reciclar, fiz, recentemente, totens, abstrato-geométricos. Mas achei que, apesar de bonitos, eram frios e deixei guardados. Uma colecionadora me pediu para fazer uma mulher e, a partir dessa peça, fui desenvolvendo novos trabalhos. São estéticas distintas”, avisa, contrapondo a lisura dos bichos às texturas dos imagens femininas.

“É uma estética que trabalha a linha vertical, explorando posições, movimentos, equilíbrio das figuras”, conta Martins. “Não vou deixar de fazer os felinos, que existem paralelamente às novas obras”, observa, contando que anda às voltas com peça monumental para museu de Xangai (China). Leopoldo Martins tem trabalhos em bronze, mármore, madeira e resina. “Identifico-me mais com o bronze pela plasticidade e durabilidade do material, mas os trabalhos com resina, que aceitam cor, trazem contemporaneidade à peça”, conta. O artista admira o barroco do italiano Bernini (“as obras são lindas”), a modernidade de Brancusi (“pelo arrojo”) e, “por ser muito livre”, a escultura africana. “Sem a arte africana não haveria arte moderna e talvez nem a contemporânea”, especula.

Leopoldo Martins nasceu em Belo Horizonte. Pesou na opção pela escultura o jeito, desde a infância, para o desenho e o gosto por brincar com argila. Interessado em capturar, por meio do traço, a essência das formas, dedica-se ao design de joias. Vêm daí a empatia com a limpeza do traço, a busca de síntese e os cortes precisos. Desde 2003, vem expondo no Brasil e no exterior. Mostrou suas obras na Art Aspen (EUA), na galeria Ricardo Fernandes (Paris/ França) e no Museu Inimá de Paula (Belo Horizonte).

Musas, esculturas de Leopoldo Martins
Mostra em vários espaços da Praça da Liberdade. Abertura nesta quinta-feira, às 19h, para convidados, e a partir de sexta-feira para o público.
>> Jardins do Palácio da Liberdade. Praça da Liberdade. Sábado, domingos e feriados, das 10h às 15h. Até 24 de novembro. Entrada franca.
>> Pátio interno do Memorial Minas Gerais Vale. De terça a sábado, das 10h às 17h30; quintas-feiras, das 10h às 21h30; e, aos domingos, das 10h às 15h30. Entrada franca.
>> Hall do Museu das Minas e do Metal. Terça, quarta e de sexts a domingo, das 12h às 18h; quintas-feiras, das 12h às 22h. Entrada: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Às quintas-feiras e no último domingo do mês a entrada é franca.

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