'Os gigantes da montanha', do Galpão, é apresentado no Teatro Bradesco

Criado como espetáculo de rua peça terá apresentação neste final de semana

por Sérgio Rodrigo Reis 13/09/2013 09:55

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Leandro Couri/EM/D.A Press
Grupo Galpão retoma parceria com Gabriel Villela e sua visualidade barroca e colorida (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
O espetáculo 'Os gigantes da montanha', do Grupo Galpão, foi originalmente concebido para as ruas. A temporada de estreia em Minas, Goiás, Paraíba e Pernambuco foi sucesso de público com mais de 60 mil espectadores. A adaptação para o palco italiano, que será apresentada nesta sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Teatro Bradesco, será um teste para a trupe conferir se a montagem ganha ou não com a nova realidade. Diante de recursos técnicos de última geração e do conforto, há quem aposte que a experiência de conferir a nova peça do Galpão será inesquecível.

A montagem, que retoma a parceria do grupo com o diretor Gabriel Villela, também responsável pelos marcantes 'Romeu e Julieta' (1992) e 'A Rua da Amargura' (1994), é inspirada no texto do autor italiano Luigi Pirandello. Quando morreu vítima de pneumonia, em 1936, ele só havia concluído dois atos. Em seu leito de morte, o autor relatou ao filho Stefano um possível final, que aparece indicado como sugestão para o terceiro ato. A incompletude, o caráter de obra aberta, permitindo múltiplas leituras e interpretações, é o que fascinou e seduziu o Galpão a montar o texto.

A história narra a chegada de uma companhia teatral decadente a uma vila isolada do mundo, cheia de encantos, governada pelo mago Cotrone. Os atores mambembes estão em declínio e miséria, por obsessão de sua primeira atriz, a Condessa Ilse, em montar A fábula do filho trocado – peça escrita por um jovem poeta que se matou por amor não correspondido pela condessa. Cotrone, o mago, começa a construir os fantasmas dos personagens que faltam para a companhia montar a peça. Ele convida os atores a permanecerem na vila, representando apenas para si mesmos a A fábula do filho trocado. Já Ilse insiste que a obra deve viver entre os homens, sendo representada para o público. A solução é sua apresentação para os chamados “gigantes da montanha”, povo que vive próximo da vila.

Como nas outras versões de Gabriel Villela, a peça aposta em belos cenários e na música interpretada ao vivo pelos atores. Para compor o repertório, foram selecionadas árias e canções italianas, popular e moderna, como Ciao amore e Bella ciao. Satisfeito com a repercussão, o ator Eduardo Moreira conta que a experiência tem sido impressionante. “Estar volta a BH se justifica porque muitas pessoas ou não conseguiram ver ou, por causa da grande quantidade de gente, assistiram de maneira precária.” Segundo ele, mesmo sendo um espetáculo concebido para a rua, funciona bem no teatro. “O caminho da rua para o palco é plenamente possível. O complicado é o contrário. Nesta nova versão a peça ganha a contemplação estética por causa dos recursos e da magia do teatro”, enfatiza.

Os gigantes da montanha
Sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Teatro Bradesco, Rua da Bahia, 2.244, Lourdes
Classificação: livre
Duração: 80 minutos. Ingressos: R$ 50 (inteira)
Informações: (31) 3516-1360 ou no site Ingresso Rápido.

Livro e palco
Nascido em Agrigento (Sicília), em 1867, Luigi Pirandello achava a atividade teatral menos importante do que a trajetória como poeta (Mal jucundo), romancista (O falecido Matias Pascal) e contista (364 contos publicados). Mas foi como dramaturgo que ganhou projeção. Entre suas peças mais conhecidas estão Henrique IV e Seis personagens à procura de um autor, sobre a natureza da loucura e da identidade. Em 1934, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, por sua renovação e questionamentos sobre a arte cênica e dramática. Pirandello morreu em 1936.

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