X-Men chega aos 50 anos enfrentando preconceitos

Personagens poderosos sob a tutela do Professor X fazem sucesso dos quadrinhos ao cinema

por Weslley Leal 11/09/2013 11:29

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Marvel / Divulgação
(foto: Marvel / Divulgação)
"Mutação: é a chave para a nossa evolução”. Após cinquenta anos, completados na terça-feira, a frase de Charles Xavier (Professor X) continua atemporal. Em 10 de setembro de 1963, a Marvel Comics, produtora de Capitão América, Quarteto Fantástico, Incrível Hulk, Poderoso Thor, Homem-Aranha e Homem de Ferro, publicava nos Estados Unidos The X-Men #1 (depois rebatizada de Uncanny X-Men #1), a primeira revista em quadrinhos dos mutantes mais famosos da ficção: os X-Men. Ciclope, Jean Grey/Garota Marvel, Anjo, Homem de Gelo e Fera formavam a equipe inicial de jovens com poderes especiais e lutavam contra o vilão Magneto, sob a tutela do Professor X (por isso, X-Men). Criados por Stan Lee e Jack Kirby, os mutantes combatiam os preconceitos da sociedade, a qual juraram proteger, enquanto militantes como o líder norte-americano Martin Luther King comandavam uma manifestação com mais de 200 mil pessoas em Washington a favor dos direitos civis dos negros nos EUA.
Marvel / Divulgação
(foto: Marvel / Divulgação)
“A Marvel é conhecida por produzir enredos de quadrinhos próximos da realidade e, nesse sentido, X-Men sempre tratou de grupos ecléticos, dos preconceitos com relação às raças, homossexualidade e da estereotipação de grupos estrangeiros. A própria figura do imigrante enquanto pessoa que ocupa espaço na sociedade a contragosto da maioria é mote da narrativa”, analisa o mestre em sociologia da comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Amaro Braga. Apesar da tônica engajada, a HQ não conquistou logo de cara a simpatia do público. Não à toa, em 1970 a Marvel parou de publicar novas histórias do time superdotado, mesmo depois das intervenções de Roy Thomas e Neal Adams. Apenas em 1974, com a entrada do roteirista Chris Claremont, os X-Men começaram a se consolidar no mercado internacional. Com a nova equipe (Noturno, Ciclope, Tempestade, Pássaro Trovejante, Solaris, Colossus, Banshee e Wolverine), Claremont escreveu as aventuras de Xavier e companhia até 1991. São dele as elogiadas sagas Proteus, A volta dos sentinelas, Saga da Fênix Negra e Dias de um futuro esquecido (inspiração do filme homônimo de Bryan Singer para 2014). Entidades cósmicas, caça aos mutantes, luta contra o racismo e outros tipos de preconceito, além de morte, figuraram nas narrativas dessa fase dos Filhos do Átomo. Renda extra Fenômeno mundial nos anos 1990, os mutantes já tinham originado sagas paralelas como os Novos Mutantes (alunos adolescentes do Professor Xavier), X-Factor (X-men originais) e Excalibur (remanescentes dos X-Men que haviam deixado a equipe, com base na Inglaterra). À época, Wolverine também ganhou revista solo e Ciclope, Wolverine, Tempestade, Professor X, Gambit, Vampira, Fera, Jubileu e Jean Grey estrearam na televisão, com o seriado X-Men animated series. com o sul-coreano Jim Lee à frente dos desenhos, em 1991, a Marvel investiu em duas capas mensais. Estima-se que o primeiro volume, até hoje tido como o mais vendido, com cerca de 8 milhões de cópias. Nos anos 2000, as HQs passaram pelas mãos de Grant Morrison, John Cassady e Joss Whedon. Saiba mais
Cinema A primeira trilogia dos X-Men (2000, 2003 e 2006), de Brian Singer, com baixo orçamento, chamou a atenção para a rentabilidade de filmes de super-heróis. O sucesso rendeu X-Men Origens: Wolverine (2009), X-Men: First class (2011), Wolverine: Imortal, ainda em cartaz, e X-Men: Dias de um futuro esquecido, previsto para maio de 2014. Games

O primeiro game de destaque é baseado em uma animação nunca produzida: Pride of X-Men. Entre os jogos de luta, há vários games campeões de vendas, como X-men vs. Street Fighter. O mais recente é X-Men: Destiny (2011). Fora dos eletrônicos, há bonecos para brincar, colecionáveis e Lego, inspiração para Lego Marvel Super Hero, previsto para 2013. Animações

Nos anos 1990, com X-Men: The animated series, os mutantes se tornaram fenômeno mundial. A animação chegou ao Brasil em 1994 e alavancou as vendas de HQs por aqui. De lá pra cá, saíram X-Men: Evolution, Wolverine e Tempestade e Wolverine os X-Men. Em 2011, foram lançadas as séries X-Men animê e Wolverine animê, com estética oriental. Verde e amarelo

Como X-Men é prova de sincretismo cultural, os brasileiros não poderiam ficar de fora. A mutante Sharkgirl ou Iara dos Santos, natural de Boa Viagem, Recife, Pernambuco, é a mais nova recruta da equipe que integra a HQ Wolverine and the X-Men, lançada nos Estados Unidos no ano passado. Os conterrâneos são Magma (Ana Julia de Oliveira Aquilla), da Floresta Amazônica, e Mancha Solar (Roberto Dacosta), carioca.



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