Odeon Cia. de Teatro estreia a montagem de 'Horácio'

Espetáculo fica em cartaz no Teatro Oi Futuro até dia 18

por Carolina Braga 02/08/2013 06:00

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AC Júnior/Divulgação
AC Júnior/Divulgação (foto: AC Júnior/Divulgação)
Dividido entre as atividades de diretor de teatro e gestor cultural, há cerca de quatro anos Carlos Gradim se dedicava aos projetos que apareciam na frente dele. Até que a leitura de 'Homem comum', de Philip Roth o arrebatou e inverteu a ordem dos fatores. “Isso me bateu como uma bomba”, reconhece. Foi assim que as provocações relacionadas a escolhas, desejos, arrependimentos, doenças e amadurecimento se transformaram em encomenda para o dramaturgo Edmundo de Novaes Gomes. O resultado é 'Horácio', a nova montagem da Odeon Cia. de Teatro.


Com Geraldo Peninha, Leonardo Fernandes e Sávio Moll, o espetáculo estreia neste fim de semana no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna para temporada até 18 de agosto. O trio interpreta o personagem título, aos 23, 46 e 72 anos. “Tinha uma ideia pronta: queria três atores, fazendo o mesmo personagem em um diálogo absurdo com o tempo”, conta Gradim.

Provocação
Seguro de que o modelo social vigente hoje em dia também aprisiona, Gradim concebe Horácio como uma provocação. “É como se a gente estivesse ali partilhando uma inquietação. Tenho tentado não dar respostas a nada, mas criar perguntas”, comenta. A montagem marca o retorno do diretor a um trabalho experimental, nos moldes como fez com 'Amor e restos humanos' (2001) e 'Quando você não está no céu' (2006). “É uma criação muito no risco e isso, de alguma forma, me alimenta como artista”, ressalta.

Assim como nas montagens anteriores, o diretor propõe um diálogo com os outros elementos da encenação. O cenário assinado por Niura Belavinha propõe uma experiência com espelhos. “Esse jogo me remete a questão da ilusão, das projeções que inventamos e ficamos correndo atrás delas o tempo inteiro”, explica o encenador. A iluminação é de Telma Fernandes e a trilha de Dr. Morris.

'Horácio' é apresentado como um drama filosófico. Dentro disso, Carlos Gradim explica que a palavra tem papel fundamental. Na juventude, o personagem sonha ser poeta. Na idade adulta, tornou-se advogado e, muito por causa das escolhas que fez, mergulhou em um embate com a própria memória. Já maduro, faz um balanço da própria trajetória.

Como Carlos Gradim conta, como as inquietações são parte essencial da peça, o texto também vive em transformação. Até a estreia foram 19 versões. Ele sabe que ainda não vai parar por aí. “É um trabalho que vai se reinventar o tempo inteiro”, avisa.

HORÁCIO

Nesta sexta-feira (para convidados) e sábado, às 21h; domingo, às 19h, no Teatro Oi Futuro Klauss Viana (Avenida Afonso Pena, 4001, Mangabeiras). Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 (meia-entrada). Informações: (31) 3229-3131.

Saiba mais


Odeon


Fundada por Carlos Gradim e Yara de Novaes, a Odeon Cia. de Teatro está em atividade desde 1998. Ao longo de 15 anos, foram 11 montagens, entre elas, Ricardo III (1999), Amor e restos humanos (2001), Noites brancas (2003) e Servidão (2007). Uma característica comum em todos é a pesquisa em torno de uma linguagem contemporânea para as artes cênicas. O espetáculo mais recente foi o musical Os saltimbancos (2011).

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