A novíssima arte do Brasil ganha livro pioneiro e histórico: 'Subversivos – O desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais' (Favela é isso aí Editora), organizado por Sávio Leite. O volume traz duas histórias, com direito a entrevistas de quem participou delas: a da criação do Curso de Animação da Escola de Belas-Artes da UFMG, o primeiro e durante algum tempo o único do Brasil; e a criação Mostra Udigrudi Mundial de Animação (Mumia), festival democrático que exibe tudo o que é inscrito, sem seleção. Ambos estão completando 10 anos de existência.
Anticuradoria A origem do Mumia, por sua vez, recorda Sávio Leite, veio como forma de enfrentar a questão da exibição e circulação do que era realizado em Minas Gerais. A opção pela não seleção dos inscritos tem motivo divertido: “Sou realizador de filmes, vi meus curtas apresentados em mostras fora do Brasil e recusados aqui. Sempre questionei curadoria e quis criar evento anticuradoria”, recorda. “Há massificação nos festivais. Exibem-se sempre os mesmos filmes”, protesta. “O Mumia é o único festival que exibe tudo que recebe”, afirma, vaidoso.
Desafios postos aos animadores mineiros, para Sávio Leite, é a ausência de indústria ou mercado, o que obriga a escolher entre produção independente ou sair do Brasil. O Mumia, conta o diretor da mostra, vem enfrentando um problema que tem ameaçado o evento: a cobrança de taxas do Ecad quando os filmes têm trilhas sonoras protegidas. “Não aceitam nem documento atestando que o autor liberou os direitos”, conta. Motivo de comemoração, aponta, tem sido realizar anualmente mostra que exibe obras que não circulam em outros festivais. “É oportunidade de todos apresentarem a sua arte”, afirma.
Subversivos – o desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais
Organização de Sávio Leite Favela é isso aí Editora, 470 páginas, R$ 40.O livro pode ser solicitado pelo endereço leitefilmes@gmail.com.
NA REDE
Coletânea com as realizações do Núcleo de Animação podem ser encontradas na Biblioteca da UFMG, no câmpus da Pampulha. Sávio Leite conta que teve acesso, por intermédio do professor José Américo Ribeiro, a 10 DVDs com todos os trabalhos realizados pelo núcleo, além de produções anteriores e criações recentes. Trata-se de material importante, que deveria ser disponibilizado pela internet. O criador do Mumia conta que aos poucos isso já vem ocorrendo. Alguns trabalhos podem ser conferidos no endereço http//vimeo.com/caadufmg.
“Sempre senti a necessidade de estudos acadêmicos sobre animação, ainda hoje praticamente inexistentes”, observa Sávio Leite, professor de animação, criador e diretor do Mumia. A rarefação de estudos, para ele, tem motivos: “Há muito preconceito contra a animação. Confundem com produção para crianças. É sempre uma luta aprovar projetos de animação em editais de incentivo. Os animadores são obrigados quase a aprovar uma lei para conseguir recursos”, conta. “O projeto inicial era a realização de trabalho sobre animação no Brasil, mas vi que fazer um recorte com os mineiros já estava bom”, avalia o organizador.
Anticuradoria A origem do Mumia, por sua vez, recorda Sávio Leite, veio como forma de enfrentar a questão da exibição e circulação do que era realizado em Minas Gerais. A opção pela não seleção dos inscritos tem motivo divertido: “Sou realizador de filmes, vi meus curtas apresentados em mostras fora do Brasil e recusados aqui. Sempre questionei curadoria e quis criar evento anticuradoria”, recorda. “Há massificação nos festivais. Exibem-se sempre os mesmos filmes”, protesta. “O Mumia é o único festival que exibe tudo que recebe”, afirma, vaidoso.
Desafios postos aos animadores mineiros, para Sávio Leite, é a ausência de indústria ou mercado, o que obriga a escolher entre produção independente ou sair do Brasil. O Mumia, conta o diretor da mostra, vem enfrentando um problema que tem ameaçado o evento: a cobrança de taxas do Ecad quando os filmes têm trilhas sonoras protegidas. “Não aceitam nem documento atestando que o autor liberou os direitos”, conta. Motivo de comemoração, aponta, tem sido realizar anualmente mostra que exibe obras que não circulam em outros festivais. “É oportunidade de todos apresentarem a sua arte”, afirma.
Subversivos – o desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais
Organização de Sávio Leite Favela é isso aí Editora, 470 páginas, R$ 40.O livro pode ser solicitado pelo endereço leitefilmes@gmail.com.
NA REDE
Coletânea com as realizações do Núcleo de Animação podem ser encontradas na Biblioteca da UFMG, no câmpus da Pampulha. Sávio Leite conta que teve acesso, por intermédio do professor José Américo Ribeiro, a 10 DVDs com todos os trabalhos realizados pelo núcleo, além de produções anteriores e criações recentes. Trata-se de material importante, que deveria ser disponibilizado pela internet. O criador do Mumia conta que aos poucos isso já vem ocorrendo. Alguns trabalhos podem ser conferidos no endereço http//vimeo.com/caadufmg.