Espetáculo lúdico 'Slava's SnowShow' chega ao Palácio das Artes neste fim de semana

Em cartaz há 20 anos, montagem mistura elementos como água, luzes, algodão e bolhas de sabão com o humor de palhaços

por Ana Clara Brant 28/06/2013 06:00

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Slava's SnowShow/Divulgação
(foto: Slava's SnowShow/Divulgação)
Duas horas de poesia, sonho e delicadeza. Belo Horizonte abre a turnê brasileira e recebe pela primeira vez um dos espetáculos que mais tem encantado e inspirado plateias do mundo inteiro: 'Slava’ s SnowShow', que chega ao Palácio das Artes neste fim de semana. Criada em 1993 pelo renomado palhaço russo Slava Polunin, a montagem está em cartaz há 20 anos e mistura elementos simples como água, luzes, algodão, bolhas de sabão, bolas e gelo seco, além, é claro, de um grupo de palhaços muito divertidos.


“É um conto de fadas. Tudo baseado no encantamento e no lúdico, algo que está faltando nos dias de hoje. Slava é um mágico que transforma adultos em crianças. O mais interessante é que, no fim dos shows, sempre há catarse do público. As pessoas ficam tão impactadas que permanecem no teatro durante muito tempo, até absorver o que está ocorrendo. No fim, é o público que se transforma no espetáculo. Os palhaços que estão no palco veem as pessoas se beijando e abraçando. Ninguém esquece uma experiência como essa”, assegura o franco-canadense Gwenael Allan, produtor internacional do Slava’s há 15 anos – ele vive no Rio de Janeiro.

O espetáculo cria um mundo de maravilhas em que palhaços navegam na neblina, uma teia de aranha gigantesca envolve todo o público, gigantescas bolas coloridas quicam suavemente pelo teatro, passando de mão em mão, e uma tempestade de neve desaba no palco. O Slava’s SnowShow apresenta um olhar cômico sobre a vida, a morte e a beleza do universo. A trilha sonora também merece destaque, indo de Beethoven a Carmina Burana. Mas o ponto forte é mesmo o elenco. Com pouquíssimas falas, os palhaços levam a plateia ao delírio apenas com expressões faciais e movimentos corporais, especialidades do mestre Slava Polunin.

Muita gente considera o trabalho de Slava um Cirque du Soleil do teatro de clown. Mas Gwenael Allan refuta essa comparação. Para ele, o que o russo propõe, e que é tido como espécie de Bolshoi de palhaços, é mais delicado e não tem nada de megaprodução, ao contrário da trupe canadense. “A gente não funciona com regras, somos anarquistas, mas claro, seguindo toda uma coreografia, um roteiro. Ao contrário do Cirque du Solei, fazemos uma construção mais horizontal e uma produção de saltimbanco, familiar. E é essa coisa pequena, pura e charmosa que tem tocado o coração das pessoas no mundo todo”, celebra.

 

Slava's SnowShow/Divulgação
'Fazemos uma construção mais horizontal e uma produção de saltimbanco, familiar. E é essa coisa pequena, pura e charmosa que tem tocado o coração das pessoas', Gwenael Allan, produtor (foto: Slava's SnowShow/Divulgação)
Retorno  Não é a primeira vez que o Slava’s vem ao Brasil — eles já estiveram aqui em 2007, quando se apresentaram no Rio e em São Paulo. Daqui, seguem para turnê na Austrália. Gwenael Allan conta que o espetáculo já passou por todos os continentes e o mais interessante é que ele é atemporal. Faz sucesso e cria identificação com todo o tipo de público, de qualquer país. “Isso é o mais mágico. Não tem limite de idade, de classe, de cultura. Ele funciona tanto no Quatar, quanto no México, na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil”, frisa.


No ramo do entretenimento há 25 anos, o produtor considera um mistério e não consegue explicar o que ocorre com o trabalho criado por Slava. Gwenael lembra que é raro uma produção conseguir não só êxito de crítica como de público, e ainda permanecer tanto tempo na estrada. “Não existe uma fórmula. Se é sorte, destino. Slava é um mágico. Considero meu trabalho uma vocação, tamanha a satisfação que me proporciona. E espero que o público de BH que nunca viu esse espetáculo, possa ter essa mesma sensação”, anseia.

 

Slava's SnowShow/Divulgação
Slava's SnowShow: 500 apresentações anuais; 1 mil pessoas média em cada apresentação; 120 cidades percorridas em 30 países (foto: Slava's SnowShow/Divulgação)
O artista Slava Polunin

Slava Polunin, de 63 anos, nasceu em família pobre, em Novosil, Oryol Oblast, Rússia. Desde cedo, atraiu atenção na escola de teatro com suas imitações de Charles Chaplin. Entusiastas o chamam de “o melhor palhaço do mundo”, por ter criado uma maneira única e encantadora de entreter a plateia, e por ter conquistado muitos prêmios de prestígio, incluindo o Gold Angle (Escócia), o Nariz de Ouro (Espanha) e o Triunfo (Rússia).

Segundo Gwenael Allan, produtor internacional do Slava’s, o artista russo nunca aceitou muito esse título de melhor do mundo. “Até porque não existe competição entre palhaços. Ele pode até ser o mais celebrado, mas é muita pretensão se intitular o melhor. Slava é uma figura extremamente rigorosa, disciplinada, detalhista, mas também um homem muito generoso. Tem uma capacidade enorme de reunir amigos e dividir experiências maravilhosas. A companhia virou um grupo de amigos que viaja e fascina o público”, resume Gwenael.

Apesar de não atuar nos palcos há 10 anos, Slava Polunin não deixa de estar presente de certa maneira no espírito do grupo. O russo se divide entre Paris e São Petersburgo, no entanto, continua participando ativamente de todo o processo dos espetáculos. “Apesar de ele não estar mais nos palcos nem viajar com os outros, sua alma esta 100% nos shows”, salienta.

 

Slava’s SnowShow
Nesta sexta-feira, às 20h30; sábado, às 16h; domingo, às 16h30. Grande Teatro do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos: Plateia 1 – R$ 180 (inteira); R$ 72 (estudante); R$ 90 (maiores de 60 anos); plateia 2 – R$ 160 (inteira); R$ 64 (estudante); R$ 80 (maiores de 60); plateia superior – R$ 140 (inteira); R$ 50 (estudante); R$ 70 (terceira idade). Vendas: www.ingresso.com e bilheteria do Palácio das Artes. Classificação etária: livre (recomendado para maiores de 8 anos). Informações: (31) 4003-2330 e (31) 3236-7400.

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