Mostra de Gui Cunha propõe interatividade com o público

'Diálogos imaginários' reúne cinco instalações inéditas no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia

por João Paulo 13/04/2013 07:00

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Gui Cunha/Divulgação
Obra que dá nome à mostra de Gui Cunha propõe reflexão sobre os limites e possibilidades da palavra (foto: Gui Cunha/Divulgação)

Arte é muito mais que arte. Para o artista Gui Cunha, de 31 anos, a estética é uma forma de sentir, pensar e estar no mundo. Mexe com a cabeça e modifica o corpo, inclusive o corpo social. Com esse horizonte e por meio de pesquisa sobre o deslocamento cognitivo – uma investigação sobre as diferentes formas de lidar com o conhecimento –, o artista expõe cinco trabalhos inéditos no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia. Produzidas especialmente para a mostra 'Diálogos imaginários', cada uma das obras analisa as possibilidades de interpretação dos sinais da vida. O espectador é envolvido e instigado a dialogar com as instalações.

O trabalho 'Atmosfera artificial' é composto por grandes cilindros de gás, que liberam ar puro no ambiente. Retiradas as impurezas e engarrafado, o ar que é utilizado medicinalmente para recuperação de pacientes passa a circular no ambiente, criando um diálogo com o universo orgânico. “É uma atmosfera que está extinta no planeta. O visitante, ao respirar, sai da sala levando uma molécula daquele ar, sai do campo meramente estético, fazendo da arte uma forma de renovação. Saúde para a mente e para o corpo”, explica.

'Mutação incompleta' apresenta uma paleta de 390 cores que, em vez de mostradas, são faladas. Se o que era para ser visto é ouvido, na outra obra, 'Sinfonia neural # 1', o processo se inverte. O artista apresenta um filme em que Gabriel Rhein-Schirato, maestro assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, rege em silêncio a ária 'Um bel dívendremo', da ópera 'Madame Butterfly', de Puccini. “O que era para ser ouvido se torna matéria visual e desafio à imaginação do espectador, que cria mentalmente a própria música” explica o artista.

Gui Cunha propõe mais uma forma inusual de interação entre as pessoas com a instalação Módulo de imersão para a comunicação cardiônica. Na obra, dividida em duas salas, as pessoas são conectadas a aparelhos que emitem sinais vindos da batida dos corações, que se tornam o elemento de conexão entre elas. O mecanismo também possibilita ao visitante ouvir seu próprio coração, travando um autodiálogo imaginário. 

Completa a exposição o trabalho que dá nome ao conjunto, Diálogos imaginários. São imagens de duas pessoas tentando se comunicar pelo campo de interferência da água, apresentadas por meio de grandes projeções em paredes opostas. O espectador é testemunho de uma conversa que se expressa por sons distorcidos pelo meio físico.

De acordo com Gui Cunha, todos os trabalhos se voltam para o campo da expansão da consciência. “O mundo sensorial é importante para definir nossa relação com a vida e com o conhecimento. Mas a imaginação e a reflexão têm um papel fundamental, ampliando nossa interação com as coisas, as pessoas e a sociedade”, diz. E completa: “É preciso avançar para o caráter imaterial da obra artística. Ela existe fundamentalmente para exercitar a potência de nossa imaginação”.

Diálogos Imaginários
Instalações multimídia de Gui Cunha
Centro de Arte Contemporânea e Fotografia
Endereço: Av. Afonso Pena, 737, Centro
De segunda a sábado, das 9h30 às 21h, e nos domingos e feriados, das 16h às 21h
A exposição conta com programa educativo e oferece atendimento para grupos
Informações e agendamento: (31) 3236-7471 ou educativo.fcs@gmail.com
Entrada franca. Até 26 de maio

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