Frei Betto lança em Belo Horizonte nesta quarta-feira, 10, o seu novo romance, 'A aldeia do silêncio' (Editora Rocco), livro diferente de tudo o que já escreveu. Mais do que contar uma história envolvente, bem encadeada e que em alguns momentos, no tocante à solidão da paisagem descrita, lembra o universo ficcional de Adonias Filho, ele faz uma bela apologia ao silêncio.
Numa aldeia não nomeada, que poderia estar em qualquer lugar remoto do país, uma família singular, ou o que restou dela, composta de avô, mãe e neto – e ainda de uma cadela chamada Basilea e de um urubu, o Ubelino –, vive completamente isolada. Comem o que a terra produz e suprem suas outras necessidades com bem pouco. Não têm luz, televisão, nada que lembre a vida moderna. Em compensação, trazem grande riqueza interior, cultivada mais por gestos e pequenas falas do que por uma tagarelice desnecessária.
Como mentor disso tudo está o avô, um sábio a seu modo. Vão vivendo como podem, suas companhias se bastam. Somam-se a elas as pedras, as árvores e outros elementos da natureza, até que toda essa paz é quebrada com a chegada do pai, homem truculento, que retoma as terras pelo poder da força.
Desterrado como a mãe, que nunca mais viu, acossado pelas lembranças do avô e sem chance de sobreviver na cidade grande, para a qual é levado à força, o neto acaba sendo internado num hospital, onde, depois de alfabetizado, começa a escrever sua história em cadernos. Muito mais que cultivar a palavra falada, ele se vale da palavra escrita, com a qual passa a se comunicar com o mundo.
Longe de ser uma história convencional, 'Aldeia do silêncio' é um romance que, se nos primeiros capítulos nos transporta a um mundo aparentemente irreal – a aldeia isolada do mundo, suas particularidades –, na sequência nos traz para os dias atuais, com todos os seus atropelos e injustiças. Tudo bem de acordo com o autor, que, durante toda vida, em livros e atitudes, tem lutado pelos menos favorecidos.
Aldeia do silêncio
Lançamento do livro de Frei Betto. Quarta-feira, 10 de abril, a partir das 20h, no Auditório da Cemig, Avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho, dentro do projeto Sempre um papo. Informações: (31) 3261-1501.
Numa aldeia não nomeada, que poderia estar em qualquer lugar remoto do país, uma família singular, ou o que restou dela, composta de avô, mãe e neto – e ainda de uma cadela chamada Basilea e de um urubu, o Ubelino –, vive completamente isolada. Comem o que a terra produz e suprem suas outras necessidades com bem pouco. Não têm luz, televisão, nada que lembre a vida moderna. Em compensação, trazem grande riqueza interior, cultivada mais por gestos e pequenas falas do que por uma tagarelice desnecessária.
Como mentor disso tudo está o avô, um sábio a seu modo. Vão vivendo como podem, suas companhias se bastam. Somam-se a elas as pedras, as árvores e outros elementos da natureza, até que toda essa paz é quebrada com a chegada do pai, homem truculento, que retoma as terras pelo poder da força.
saiba mais
Longe de ser uma história convencional, 'Aldeia do silêncio' é um romance que, se nos primeiros capítulos nos transporta a um mundo aparentemente irreal – a aldeia isolada do mundo, suas particularidades –, na sequência nos traz para os dias atuais, com todos os seus atropelos e injustiças. Tudo bem de acordo com o autor, que, durante toda vida, em livros e atitudes, tem lutado pelos menos favorecidos.
Aldeia do silêncio
Lançamento do livro de Frei Betto. Quarta-feira, 10 de abril, a partir das 20h, no Auditório da Cemig, Avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho, dentro do projeto Sempre um papo. Informações: (31) 3261-1501.