Biografia de Marighella é tema de debate na Assembleia Legislativa

Mário Magalhães lança livro sobre figura política com reunião na Comissão de Direitos Humanos

01/04/2013 08:48

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Arquivo O Cruzeiro/EM
Marighella: personagem marcante da política brasileira no século 20 (foto: Arquivo O Cruzeiro/EM)
O livro 'Marighella: o guerrilheiro que incendiou o Brasil', de Mário Magalhães, será lançado nesta segunda-feira, 1º, às 18h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O autor vai debater a obra com a Comissão de Direitos Humanos da casa, com participação de Nilmário Miranda e do militante Manuel Cirillo. Vencedora do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) como melhor biografia de 2012, a obra percorre a vida e a militância do político, poeta e estrategista da guerrilha no Brasil.

Carlos Marighella (1911-1969) foi deputado federal constituinte e fundador do mais importante grupo de luta armada de oposição à ditadura civil-militar brasileira, a Aliança Libertadora Nacional (ALN). Chegou a ser considerado “inimigo número um” do governo militar. Conseguiu se manter ativo ao longo de seus quase 40 anos de militância, mesmo sendo vítima de perseguições por todo o país.

A influência de Marighella extrapolou as fronteiras brasileiras. Seu 'Minimanual do guerrilheiro urbano' correu o mundo e virou cult nos anos 1960. Traduzido para dezenas de idiomas, é considerado um clássico da literatura de combate político.

Marighella morreu em 1969, assassinado em emboscada preparada pela repressão, sob o comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Em 1996, o Ministério da Justiça reconheceu a responsabilidade do Estado pela sua morte. No ano passado, a anistia 'post mortem' foi oficializada.

Esquerda
O livro do jornalista carioca Mário Magalhães, ao trazer para o primeiro plano a história de Marighella, se torna uma referência para o conhecimento dos movimentos radicais e de esquerda no Brasil. À medida que a pesquisa mergulha na vida do guerrilheiro baiano, traz como personagens nomes de ponta da política do século 20. Assim, surgem na narrativa informações sobre Getúlio Vargas, Fidel Castro, Che Guevara, Prestes e Carlos Lamarca, além de pessoas ligadas à cultura, como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Portinari, Jean-Luc Godard e Glauber Rocha.

Ao lado do painel histórico, o autor delineia o retrato humano do líder, com seu carisma e humor peculiar, que, quando jovem, ficou conhecido na Escola Politécnica ao responder às provas de física e química em versos. O livro é dividido em três partes, que cobrem a agitada vida de Marighella, da infância na Bahia à luta armada nos anos 1960, passando pela militância comunista, oposição a Getúlio Vargas, prisões, mandato como deputado constituinte, organização da ALN e participante de ações armadas. A parte final disseca a farsa articulada por Fleury para assassinar Marighella e revela o destino de dezenas de militantes de organizações de esquerda citados na biografia.

Marighella: o guerrilheiro que incendiou o Brasil
Lançamento do livro de Mário Magalhães. Segunda-feira, 1º de abril, às 18h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, (31) 2108-7000. Entrada franca.

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