Exposição no Inimá de Paula reúne trabalhos de artistas brasileiros modernos e de vanguarda

Mostra comemora cinco anos de existência do espaço

por Sérgio Rodrigo Reis 29/03/2013 09:53

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O Museu Inimá de Paula escolheu uma seleção de obras de alguns dos principais artistas brasileiros para comemorar os seus cinco anos de atividade. A exposição 'Do moderno ao contemporâneo na coleção mineira' reúne 40 obras de colecionadores locais que impressionam pela qualidade e, ao serem postas lado a lado, pela força e expressividade dentro do contexto da história da arte nacional. A mostra, que está no salão principal da instituição, figura entre uma das melhores da capital, tanto pelo caráter educativo quanto pelo recorte tradicional e contemporâneo espelhado pela seleção.

Com curadoria de Guiomar Lobato, a exposição, que pode ser visitada até 5 de maio, merece uma visita atenta, sobretudo por conseguir espelhar, por meio das obras escolhidas, a transição do modernismo para o movimento das vanguardas e da arte contemporânea. Há desde obras de Roberto Burle Marx (1909-1984), Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976), passando por Iberê Camargo (1914-1994) até chegar em alguns dos mais valorizados nomes da atualidade, como Miguel Rio Branco, Tunga, Marcos Coelho Benjamim, Vik Muniz e Beatriz Milhazes.

A tela 'São Jorge II', de 1998, que participou da 24ª Bienal de São Paulo, guarda alguns aspectos que notabilizaram Beatriz Milhazes no circuito internacional, como a aplicação e sobreposição de adesivos pintados, o uso de cores e das iconografias florais. Outra pintura que merece atenção é 'Composição nº 12', de Roberto Burle Marx, artista conhecido dentro e fora do país pelo trabalho como paisagista. As duas funções são complementares. Burle Marx gostava de criar jardins como se pintasse, a partir de manchas de cores feitas com plantas de diferentes tonalidades. Os jardins na orla da Lagoa da Pampulha (Museu de Arte, Casa do Baile, Igreja de São Francisco e Casa Kubitschek), atualmente em reforma, são exemplos.

A aproximação com as formas orgânicas da natureza é outra constante da exposição. A característica se evidencia, principalmente, nos dois objetos criados por Franz Krajberg. O artista transforma a natureza devastada pelas queimadas e desmatamentos da região onde mora, no Sul da Bahia, em esculturas e objetos. Duas das suas mais expressivas criações estão no Museu Inimá de Paula. Outros exemplos de trabalhos escultóricos que merecem destaque é o de Marcos Coelho Benjamim e de Amilcar de Castro. Uma das esculturas redondas de Amilcar, de corte e dobra, recebe o visitante na entrada do setor dedicado aos tridimensionais.

Consagrado internacionalmente, Vik Muniz, que fez bonito na história do museu quando sua mostra atraiu o maior público da instituição, em torno de 60 mil pessoas nos dois meses de realização, é lembrado por uma das mais simbólicas séries. Ele recriou, há alguns anos, usando brilhantes, os rostos de algumas das mais conhecidas atrizes do cinema internacional. A exposição apresenta a versão dele para a bela Rita Hayworth.

Do moderno ao contemporâneo na coleção mineira
Até 5 de maio, no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1.201, Centro). Hoje,das 12h às 19h. Entrada franca. Informações: (31) 3213-4320

Casa de Inimá

Com 3 mil metros quadrados, o Museu Inimá de Paula chega aos cinco anos mantendo a característica original: ser um local de homenagem ao grande artista mineiro que o batiza. Além da recriação do ateliê do pintor, a instituição tem, frequentemente, explorado aspectos presentes na criação de Inimá de Paula (1918-1999). Atualmente, apresenta no terceiro pavimento um recorte dos seus 100 trabalhos pertencentes à instituição. O legado do mestre mineiro das cores, como era conhecido, pode ser revisto ainda numa exposição virtual, onde estão catalogadas 1.860 peças.

MAIS SOBRE E-MAIS