Série em quadrinhos traz registros de São Luís e Niterói

12ª edição da série 'Cidades Ilustradas' apresenta as metrópoles sob os traços dos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá e Joaquim da Fonseca, respectivamente

por Agência Estado 29/01/2013 15:42

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Divulgação / Casa 21
Os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá dão uma nova cara à capital Maranhense (foto: Divulgação / Casa 21)
Iniciada há 13 anos, a série 'Cidades ilustradas' abriu o novo século com um princípio visionário: convidar quadrinistas de renome para conhecer cidades brasileiras que não conheciam anteriormente e fazer um retrato gráfico do seu insight. Tornou-se um tipo de "safári" sociológico ilustrado, um dos mais profundos mergulhos contemporâneos nas almas dos lugares que achamos que conhecemos tão bem: Salvador, Curitiba, Florianópolis, Belém, Belo Horizonte, Brasília. Artistas como David Lloyd (desenhista inglês de 'V de Vingança', que desenhou São Paulo) e Jano (artista do underground francês, que desenhou o Rio de Janeiro em 'Rio de Jano') buscaram a verdade por baixo da paisagem e dos guias turísticos e fizeram obras notáveis em aquarelas e outras técnicas. O projeto, da editora Casa XXI, reinventou a literatura de viagem, buscando fontes de financiamento em patrocinadores pesados para seus novos Rugendas, Debret ou Frans Post modernos. Este ano, a série reabriu com dois novos e sensacionais álbuns: 'São Luís' (por Fábio Moon e Gabriel Bá) e 'Niterói' (pelo gaúcho Joaquim da Fonseca, que ilustra livros de viagem de Luis Fernando Veríssimo). Foram editados 12 livros até agora. O próximo, o 13º, será 'Manaus', de Lourenço Mutarelli. São sucessos editoriais incontestáveis: um dos álbuns mais bem-sucedidos, aqui e lá fora (na França, saiu pela Albin Michel), é 'Rio de Janeiro de Jano', que já está na quarta edição. Primeiro da série, mostrava que Jean Le Guay, o Jano, é um detalhista obsessivo: ele passou 50 dias perambulando pelo Rio de Janeiro para produzir um caderno de esboços fazendo desenhos, e passeou pelo Catete, Santa Tereza, assistiu a um Fla x Flu no Maracanã, foi à Praça 15 e à Floresta da Tijuca. Sua aventura de desbravador virou um documentário também premiado, dirigido por três admiradores do trabalho do francês: Anna Azevedo, Eduardo Souza Lima (aka Zé José) e Renata Baldi.
Divulgação / Casa 21
Cidade fluminense sob os traços de Joaquim da Fonseca (foto: Divulgação / Casa 21)
"Uma cidade não é só suas belezas. É também suas mazelas, feridas e feiuras", diz o cantor Zeca Baleiro, em texto para o álbum dos irmãos Bá e Moon. O trabalho dos gêmeos paulistanos na capital maranhense é uma radiografia da vida e da cultura nos interstícios das ações oficiais, do cartão postal. O cachorro vira-lata, a plataforma de petróleo, os camelôs, as lojas de retalhos, os empinadores de pipa: tudo ganha relevância na busca de uma síntese da cidade. "É, portanto, a visão de um forasteiro que, embriagado com tanta beleza, registra um ponto de vista que não tem a pretensão de ser definitivo, profundo ou analítico. É a observação de quem passa, vê e se esforça para registrar o momento que viveu. Literalmente, um panorama visto da ponte", diz Joaquim da Fonseca, de 78 anos, mestre em artes pela Universidade Syracuse (Nova York, EUA). A partir dos anos 1980 e do álbum 'Traçando Paris', que fez em parceria com Luis Fernando Veríssimo, ele iniciou uma série que passou por Nova York, Roma, Madri, Japão e Porto Alegre, terminando com Buenos Aires de Boca a River.

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