Grupo Galpão faz última apresentação de 'Romeu e Julieta' no Chile

Remontagem comemorativa do espetáculo alcança 60 mil espectadores em menos de 1 ano

por Carolina Braga 16/01/2013 09:52

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Ellie Kurttz/Globe Theater/Divulgação
Em 2012, grupo mineiro resgatou espetáculo de 20 anos para apresentação no Globe Theater em Londres, réplica do teatro em que Shakespeare trabalhou (foto: Ellie Kurttz/Globe Theater/Divulgação )
 Um dos festivais de teatro mais importantes realizados na América Latina, o Santiago a Mil calhou de ser o palco derradeiro de Romeu e Julieta. O Grupo Galpão apresentará o espetáculo no Parque Quinta Normal, na capital chilena, de sexta-feira, 18, até domingo, 20. Dada como um presente ao público no ano em que o Galpão comemorou 30 anos de estrada, a remontagem estreou em maio do ano passado, durante as Olimpíadas Culturais em Londres. Foram dois dias em cartaz no Globe Theater, a réplica do teatro elizabetano no qual William Shakespeare dava vida às suas histórias. Vinte anos depois da estreia, o reencontro do Galpão com Romeu e Julieta só reforçou a potência que tem com o público.


“Redescobri a força da peça. Ela é muito difícil, fisicamente, muito puxada, tive que fazer com uma outra qualidade, com mais cuidado, sem me jogar tanto, um pouco mais cadenciado. Achei muito bonito fazer assim. Romeu e Julieta tem uma coisa brejeira que toca muito o coração das pessoas. É quase uma brincadeira de criança”, comenta o ator Eduardo Moreira, intérprete de Romeu.


Da reestreia em Londres, passando por Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, São José do Rio Preto e outras cidades, a peça reuniu 58.580 pessoas em praças e espaços públicos. Com a temporada no Chile, o retorno de Romeu e Julieta baterá, facilmente, a marca de 60 mil espectadores em menos de um ano. “Seria uma celebração e sabia que ia ser assim. Foi muito bonito, pungente mesmo. Foi impressionante em todos os lugares. Romeu e Julieta provou que é um espetáculo forte, que marcou muito as pessoas”, diz.

Pirandello

Eduardo Moreira garante que as apresentações no Santiago a Mil serão mesmo as últimas da carreira do espetáculo. Em plena montagem de O gigante da montanha, de Luigi Pirandello, o Galpão não teve como encaixar uma despedida em Belo Horizonte. O novo espetáculo está com estreia prevista para junho. Os trabalhos estão a pleno vapor. “É um processo muito intenso e difícil em um certo sentido. É uma fábula muito fascinante e complexa”, explica o ator.


O gigante da montanha também é criado para a rua. Além de Gabriel Villela na direção, o Galpão renova parcerias antigas com a preparadora vocal Babaya, com o músico Ernani Malleta e também com a italiana Francesca Della Monica. “Tem sido fascinante. O Gabriel é um diretor extraordinário. Ele tem uma coisa com o Galpão. Parecem ser bichos da mesma espécie. Ele é muito teatral, intenso, barroco, então isso tudo está resultando em uma química muito bonita”, adianta.


Além do Grupo Galpão, o outro convidado brasileiro para o Santiago a Mil é a paulistana Cia. Hiato, dirigida pelo mineiro Leonardo Moreira. A jovem companhia apresentará no país três montagens: Cachorro morto, O jardim e a mais recente, Ficções.

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