O artista mostrará 20 quadros pintados desde o ano passado. Apenas dois partiram de fotografias. O título da exposição, que traz também duas esculturas, oferece outra informação sobre a proposta de Alexandre: O olhar pode ter uma camada mais espessa que uma pintura.
Retratos de amigos, da mulher, do sogro e da mãe do pintor expressam o que ele chama de poética do cotidiano. “Minha pintura é mais solta, mais subjetiva e até certo ponto realista. Traz a relação com algo maior: a vida e o que estou experimentando no momento”, explica. Esses trabalhos mesclam real e imaginário. “As duas coisas estão misturadas. Nunca sabemos exatamente o que é uma e a outra”, observa.
A linguagem visual de Alexandre se inspira em três estéticas marcantes na história da arte: naturalismo, expressionismo (“que mostra como sentimos as coisas”, ressalta ele) e a abstração. O pintor escreveu belo texto para a nova exposição. Diz encontrar nos retratos morte, passado e ausência. “Ao mesmo tempo, ao contemplá-los fomento uma quase certeza de eternidade”, observa.
Formado pela Escola Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais e pós-graduando em artes plásticas e contemporaneidade, Alexandre participou de várias coletivas. Em 2008, fez mostras individuais na Biblioteca Pública e na galeria do Sesiminas, em Belo Horizonte.
Exposição O olhar pode ter uma camada mais espessa que uma pintura. Abertura hoje, às 19h. Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães. Biblioteca Pública Estadual, Praça da Liberdade, 21, Lourdes. De segunda a sexta-feira, das 8h às 20h; sábado, das 8h às 12h. Até dia 31.