Campanha de Popularização do Teatro e da Dança alcança 39ª edição com mais de 150 espetáculos

A partir do dia 3, em cerca de 40 espaços de BH, produção reflete diversificada oferta da produção local

por Carolina Braga 30/12/2012 12:24

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Jair Amaral/EM/D.A Press
Presidente do Sinparc, Rômulo Duque diz que a campanha está motivando as pessoas a produzirem (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A Campanha de Popularização do Teatro e da Dança chega à 39ª edição reafirmando sua vocação em prol da diversidade, mas também convidando os envolvidos na atividade a debaterem os caminhos do teatro mineiro. A partir do dia 3, o evento promovido pelo Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais terá 156 espetáculos em cartaz em cerca de 40 palcos da capital. Mais que uma oferta variada em gêneros e estilos, o número reflete o quanto a campanha pode funcionar como espelho da produção da cidade.

Sem entrar em qualquer mérito artístico, não há dúvidas: o ritmo é de crescimento. Nos últimos cinco anos, a quantidade de espetáculos aumentou 25%, passando de 116 montagens em 2009 para as atuais 156 peças inscritas. Mesmo que a maior parte seja de espetáculos conhecidos do público, inclusive consagrados, o salto também aparece entre aqueles que participarão pela primeira vez. Se no ano passado eram 52 montagens inéditas, agora serão 58. A grade de 2013 será composta por 101 montagens adultas, 41 infantis e 12 espetáculos de dança.

Os números são dignos de comemoração, porém Rômulo Duque, presidente do Sinparc, responsável pela campanha, analisa os dados com cuidado. “Por ser sucesso de público, a campanha está motivando as pessoas a produzirem mais espetáculos direcionados a ela. Ela, por si só, não tem como comportar esse aumento. Não precisamos reforçar o número de espetáculos, mas das temporadas ao longo do ano”, observa.

Da mesma forma que há incremento no número de montagens, o crescimento do público é sinal de que há plateia para o teatro, no entanto, ela se concentra em apenas dois meses do ano. Entre 2009 e 2012, a quantidade de ingressos vendidos na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança passou de 283 mil para 352 mil, ou seja, houve incremento de cerca de 20%. De acordo com Rômulo Duque, a expectativa para 2013 é de pelo menos repetir os números deste ano.

Paulo Lacerda/Divulgacao
Coreografia de Cordel, marco da consolidação e criação artística da Cia. de Dança Palácio das Artes, integrou a 38ª edição (foto: Paulo Lacerda/Divulgacao )


Cena local
“Tem alguns espetáculos que puxam o público. Mesmo assim, vendendo 352 mil ingressos, ficaram cadeiras vazias”, comenta. O presidente do Sinparc é defensor da retomada dos editais de ocupação. Esse tipo de seleção é um caminho para que as companhias da cidade possam ficar mais tempo em cartaz. Segundo Rômulo Duque, já existem conversações sobre uma parceria com a Fundação Municipal de Cultura e também com a Fundação Clóvis Salgado.

O objetivo é que espaços como o Teatro Marília e o Teatro João Ceschiatti pensem suas políticas de concorrências de modo a favorecer a cena local. “Eles podem fazer incentivos para que as pessoas possam ficar mais tempo em cartaz, tenham apoio na divulgação, incentivem as escolas da rede pública a irem ao teatro. São ações que estão sendo pensadas”, informa.

Assim como tem sido nos últimos anos, a campanha procura incorporar à sua programação eventos que extrapolem a grade de espetáculos. Em 2013, por exemplo, está previsto seminário sobre economia criativa. “Vamos conversar sobre o impacto da cultura dentro do setor e o que pode ser feito para que a arte e a cultura gerem trabalho e renda”, anuncia. Outra atividade desse naipe prevista é a discussão sobre a recente mudança anunciada pelo governo de Minas na Lei de Incentivo à Cultura.

Memória
Campanha das Kombis

A Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Minas Gerais é o maior e mais duradouro projeto do gênero realizado no país. Na agenda das férias de verão em Belo Horizonte desde 1974, o evento foi inspirado na Campanha das Kombis carioca. Em 1972, preocupados com a redução do público nesta época do ano, artistas e produtores propuseram o desconto nos preços dos ingressos ao extinto Serviço Nacional do Teatro. O modelo foi exportado para Minas e São Paulo. Em vigor desde então em Belo Horizonte, a partir de 1999 a campanha em Minas incorporou à sua programação os espetáculos de dança.

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