Pupilo de JK conta histórias do político

por Carlos Herculano Lopes 11/12/2012 10:14

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“Da antiga turma de Juscelino daqueles primeiros tempos, heroicos e belos, só restamos eu e o coronel Affonso Heliodoro.” A frase, dita com misto de orgulho e emoção, é do ex-deputado Carlos Murilo Felício dos Santos. Primo em primeiro grau do ex-presidente JK, de quem foi amigo, ele lança hoje, em Belo Horizonte, o livro Momentos decisivos, contra o golpismo no Brasil.
 
Fruto de mais de um ano de trabalho, o livro mostra toda a trajetória de Juscelino Kubitschek de Oliveira, desde a infância de menino pobre, em Diamantina, à vinda para Belo Horizonte, onde se formou em medicina e começou a carreira política que o levaria à Presidência da República em 1956.

Fala também, com conhecimento de causa, dos bastidores da construção de Brasília; dos momentos dramáticos da cassação dos direitos políticos do ex-presidente pelos militares golpistas de 1964; da sua ida para o exílio, na França e em Portugal; e também de sua morte, em agosto de 1976, num acidente de carro no interior do Rio, até hoje não muito bem explicado. “Não posso provar nada, mas há muitos indícios de que tudo aquilo foi planejado”, afirma o ex-deputado.

Pupilo de JK, com quem começou a trabalhar aos 18 anos, Carlos Murilo, turbulências políticas à parte, também conta histórias saborosas. Como o conselho que ouviu de Juscelino, por ocasião de sua candidatura a deputado estadual pelo antigo Partido Social Democrático (PSD), logicamente, apadrinhado pelo primo, então governador de Minas: “Tente não esquecer o nome das pessoas. Fale sempre com o povo, vá às casas, aperte as mãos, e sempre dance com todas as mulheres. Quando você dança com uma e não dança com a outra, parece que você homenageou uma e desdenhou a outra. Cada dança vale um voto. Não deixe ninguém de fora...”.

 “Não à toa, Juscelino ficou conhecido como pé de valsa”, diz Carlos Murilo, que não mede palavras para elogiar o dinamismo e a visão futurista do ex-presidente, citando como exemplo o convite feito a Oscar Niemeyer para realizar projetos em Belo Horizonte e, depois, em Brasília. “Ele não falou nada para Benedito Valadares, que era governador de Minas, fez o convite às escondidas, e quando Benedito ficou sabendo, Niemeyer já estava contratado.” O livro traz, ainda, documentos que só agora estão sendo publicados, cartas de JK para Carlos Murilo e uma galeria de fotos.

Momentos decisivos, contra o golpismo no Brasil
Livro de histórias e memórias de Carlos Murilo Felício dos Santos, Editora JK Cultural, 450 páginas, R$ 50. Lançamento hoje, a partir das 19h30, no Sesc – Centro Cultural JK, Rua Caetés, 603, Centro.

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