Mais que uma técnica, o pensamento de Augusto Boal sobre o fazer cênico é praticamente uma filosofia que se espalhou pelo mundo. O documentário Augusto Boal e o Teatro do Oprimido, dirigido por Zelito Viana, dá a dimensão disso. Ao longo de 63 minutos, é o diretor e dramaturgo quem revisita sua história, contextualizando o nascimento do pensamento teatral.
Augusto Boal morreu aos 78 anos, em maio de 2009. Na década de 1950, integrou o Teatro de Arena, de São Paulo. Foi um dos primeiros incentivadores da dramaturgia brasileira, movimento que teve seu marco com Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri. Dirigiu o ciclo de musicais do Arena, com espetáculos como Opinião, Arena conta Zumbi, entre outros. A partir da década de 1960, começou a construir o método teatral batizado Teatro do Oprimido.
A última entrevista de Boal gravada para o documentário foi dois meses antes de sua morte. Além do diretor, depoimentos de Ferreira Gullar, Edu Lobo, Chico Buarque, Aderbal Freire-Filho, Cecília Boal e Julian Boal contribuem para o entendimento do que o Teatro do Oprimido significa no mundo. Em linguagem quase didática, o filme faz um panorama das técnicas teatrais registradas em 22 livros, publicados e traduzidos em mais de 20 línguas.
É o próprio Boal quem apresenta os exercícios corporais, os jogos e os gêneros criados por ele, como o teatro jornal, teatro imagem e o teatro invisível. Zelito Vianna acertou em não apenas relatar a teoria de Boal, mas mostrar como tem sido apropriada em vários países, principalmente aquelas técnicas que aliam teatro e ação social.
Augusto Boal e o Teatro do Oprimido tem direção de fotografia de Walter Carvalho e trilha sonora de Francis Hime. O filme foi o vencedor do Prêmio Margarida de Prata concedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em 2011.
Cotação: Muito bom
Documentário Augusto Boal e o Teatro do Oprimido revela filosofia cênica do diretor
Augusto Boal morreu em 2009, aos 78 anos
por
Carolina Braga
13/11/2012 09:58
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